"Solidariedade com setor." Ministra não foi convidada para Feira Nacional de Agricultura
"Para o setor, a ministra é inexistente, porque ela não defende o setor", defende o secretário-geral da CAP, Luís Mira, em declarações à TSF.
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A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, não foi convidada para visitar a Feira Nacional de Agricultura deste ano, que se vai realizar de 3 a 11 de junho.
"Isto é uma questão de solidariedade e coerência com setor agrícola, face àquilo que foram os protestos que existiram de norte a sul do país de contestação à atuação do Ministério da Agricultura. Não fazia sentido que a Feira Nacional de Agricultura, das mais importantes do setor, esquecesse daquilo que é o sentimento do setor e o que são as reivindicações do setor", disse à TSF o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira.
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É a segunda vez que nenhum membro do Governo é convidado para eventos relacionados com o setor, depois de o mesmo ter acontecido com a Ovibeja. O secretário-geral da CAP explicou o que é preciso para que a relação entre agricultores e a tutela volte a um patamar mínimo de entendimento.
"É preciso que os problemas sejam resolvidos. É preciso que os mais de mil milhões de euros que estão por executar do programa PDR [Plano de Desenvolvimento Rural] que se aplicou entre 2014 e 2022 seja realizado. É preciso a campanha das ajudas, que começou há praticamente três meses e que está num grau de realização baixíssimo. Não chegámos aos 15% da área candidata em três meses. Uma coisa que nunca existiu", considera o dirigente da CAP.
Isso, segundo Luís Mira, "demonstra o mau funcionamento do ministério" e "é preciso que seja alterado o PEPAC de acordo com as necessidades dos agricultores portugueses", bem como que "o ministério funcione" e tenha "peso político".
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Sobre as condições que Maria do Céu Antunes tem para se manter no Governo, Luís Mira considera que essa avaliação pertence ao primeiro-ministro, António Costa, e sublinha que, para os agricultores, a ministra da agricultura é como se não existisse.
"Para o setor, a ministra é inexistente, porque ela não defende o setor. Ainda agora, a resposta que deu face a uma necessidade de Portugal ter uma atuação em termos de uso eficiente da água é andarmos a fazer reuniões de norte a sul com um livro branco sobre a água. A atuação sobre a água deste Governo é um livro em branco, não é um livro branco", explica.