Costa ataca de novo: "Solução construída apesar do Bloco e a que o Bloco se juntou"
António Costa ao ataque ao Bloco em entrevista ao podcast "Perguntar não ofende". PCP passa ao lado dos ataques.
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Depois de provocado, António Costa aponta a mira: Bloco de Esquerda. Em entrevista ao podcast "Perguntar não ofende" , o secretário-geral do PS acusa o partido parceiro de querer crescer à custa dos socialistas e lembra que a 'Geringonça' foi construída "apesar do Bloco de Esquerda e a que o Bloco de Esquerda se juntou".
Admitindo sempre disponibilidade para conversar com qualquer partido à esquerda depois das legislativas (e também com o PAN), António Costa começa por lembrar que "a correlação de forças desta legislatura não foi o PS de um lado e o Bloco de Esquerda e PCP do outro". Sublinha o socialista que "eles não somam, são paralelos".
E, por serem paralelos, Costa ataca Bloco e deixa fora de mira o PCP. Instigado pelo jornalista (e fundador do Bloco) Daniel Oliveira, Costa considera ser "interessante a assimetria com que se comentam os comentários de algum dirigente do PS relativamente ao Bloco de Esquerda e o enorme silêncio e compreensão que existe para as coisas mais extraordinárias que o Bloco de Esquerda diz a respeito do PS".
Sublinhando que não é "mais adversário do Bloco de Esquerda do que o Bloco de Esquerda é do PS", o tom de Costa sobe num regresso ao passado para dizer que a atual solução de governo foi "construída apesar do Bloco de Esquerda e a que o Bloco de Esquerda se juntou".
Confrontado se tem um problema com um dos aliados, António Costa diz que não, nota apenas que "a relação entre PS e PCP é estabilizada e não está sujeita a estados de alma".
Outra das farpas ao longo da meia hora de conversa foi a de que o Bloco está a querer crescer à conta do PS. "Houve um partido - não foi o PS - que a partir de certa altura passou a entender que tinha de crescer à custa do eleitorado dos outros", atira.
Dizendo que nunca pediu aos eleitores à esquerda para votarem no PS, mas que já ouviu os bloquistas a terem a "impertinência de dizer aos socialistas para irem votar no BE", António Costa explica que o PS tem procurado crescer, "não numa lógica concorrencial com os seus parceiros, mas numa lógica de complementaridade".