"Solução normal." Diretora de pediatria de Guimarães explica transferência de bebé para Lisboa
Há uma distância de quase 400 quilómetros entre os dois hospitais.
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A diretora do serviço de pediatria do Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, garante que a transferência de crianças para hospitais a muitos quilómetros de distância em Coimbra ou Lisboa, onde existem cuidados intensivos pediátricos, é uma situação normal. Na segunda-feira ficou a saber-se de uma situação dessas com um bebé de sete meses, que aconteceu na passada quarta-feira.
O bebé foi transferido de Guimarães para o Hospital D. Estefânia, em Lisboa. Uma distância de quase 400 quilómetros. Estava com problemas respiratórios e precisava de cuidados intensivos pediátricos. Serviço que não existe no Hospital Senhora da Oliveira.
Em declarações à TSF, Cláudia Tavares, diretora do serviço de pediatria do hospital em Guimarães, afirmou que os hospitais mais próximos são sempre a primeira opção mas, não havendo vagas, a rede do Serviço Nacional de Saúde funcionou.
"No caso dos cuidados intensivos não há um hospital de referência. Todas as unidades são para o país. Nós contactamos as mais próximas por uma questão de facilidade de transporte. Não havendo no mais próximo vamos ligando para as outras, cada vez mais longe do hospital. [O Hospital D. Estefânia] é uma solução normal. Não é frequente, felizmente, mas já mandámos para Lisboa outras vezes, para Coimbra e mais para o Porto, claro. Isto é uma situação que acontece regularmente principalmente no inverno, que é quando a maior parte das situações acontecem. A causa maioritária para transferência para intensivos pediátricos é a insuficiência respiratória", justificou Cláudia Tavares.
O Hospital D. Estefânia está a receber uma média de 300 doentes por dia no serviço de urgência, tendo atingido 378 episódios de urgência no dia 13 de novembro, o que, segundo a mesma fonte, representa uma situação "muito complicada".
No domingo, o serviço de urgência do hospital D. Estefânia atendeu 288 casos (mais 47 comparativamente ao dia 10 de dezembro de 2022), no sábado 296 casos (mais 55) e na sexta-feira (mais 62).
Esta situação deve-se ao encerramento de várias urgências em torno do hospital, uma situação que afeta esta semana 33 serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde.
O plano indica que as especialidades com mais constrangimentos nas urgências são cirurgia geral, pediatria, ortopedia e ginecologia e obstetrícia, mas há quatro hospitais que apresentam, em alguns dias, limitações nas urgências da Via Verde AVC, nomeadamente Viana do Castelo, Guarda, Santarém e Garcia de Orta, em Almada.