
Leonel de Castro/Global Imagens
O Centro Paroquial de S. Martinho das Moitas, em S. Pedro do Sul, foi multado por apoiar mais pessoas carenciadas do que aquelas que estava acordado com a Segurança Social.
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O acordo com a Segurança Social era para 30 utentes, mas o Centro Paroquial entendeu que podia apoiar mais, suportando as despesas. "Estes seis utentes que estavam a mais, era a nossa instituição que os alimentava. Éramos nós que suportávamos todas as despesas e todos os gastos".
Ouvido pela rádio VFM, de Viseu, o Padre Ricardo Correia diz que "desconhecia" a lei: "Aquilo que nos move é sermos o mais prestável possível aos que recorrem a nós. Estamos a falar de pessoas que não têm ninguém, que não sabem ler, não sabem escrever. Nós somos as únicas pessoas que eles veem diariamente. Sentimo-nos mal por vermos que por alimentarmos os nossos pobres somos multados"
Depois de uma denúncia, apareceu a multa: 6300 euros, valor que o presidente do Centro Paroquial de S. Martinho das Moitas achou "desproporcionado". Por isso recorreu, por não achar correto serem multados "por dar de comer a pessoas pobres". O Tribunal de Trabalho de Viseu reduziu a coima para os 2500 euros.
O padre acrescenta à VFM que "é fácil ditar as leis sem conhecer o terreno": "Achei uma tremenda injustiça, mas a mim cabe-me estar consoante a lei portuguesa".
Lino Maia, o presidente das Instituições de Solidariedade Social, considera que este é um caso estranho, sublinha que não o conhecia, mas ensaia uma explicação para o que poderá ter levado à tomada de posição da segurança social.
Apesar de insólito, este caso não será inédito. Lino Maia recorda um episódio que aconteceu há algum tempo com uma instituição do Porto.
A TSF já contactou o Centro Paroquial, mas a resposta que recebeu é que não seriam prestadas declarações para não aumentar a visibilidade da história. Foi também pedida uma reação ao Instituto da Segurança Social.