São apenas 18 casos com a nova estirpe do Reino Unido, entre portugueses e britânicos, detetados na Madeira. Mas há mais casos suspeitos em análise. Ainda assim, dos 15 países que já identificaram esta nova estirpe, Portugal surge em segundo lugar, logo atrás do Reino Unido, que tem cerca de 4 mil infeções comprovadamente causadas pela nova estirpe.
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"Não estranharia se a nova estirpe já estivesse a circular no continente", afirma João Paulo Gomes, do INSA, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. No entanto, o especialista garante que "ao contrário do que foi ontem noticiado", não foi ainda detetado em Lisboa nem no resto do território continental qualquer caso da nova estirpe.
Está assim formalmente desmentido o presidente do Governo Regional da Madeira. Miguel Albuquerque afirmava ontem que um dos 18 casos era de um cidadão da Região de Lisboa e Vale do Tejo que chegou infetado com a nova estirpe ao aeroporto do Funchal.
João Paulo Gomes explica que está em curso um grande estudo para encontrar casos desta nova estirpe do novo coronavírus. "Estamos a contactar os laboratórios, mas também estamos a ser contactados pelos aeroportos de Lisboa e do Porto e por laboratórios privados que nos enviam amostras suspeitas."
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Os especialistas seguem duas pistas: procuram testes de pessoas vindas do Reino Unido e com resultados suspeitos.
"A maioria dos testes que usamos, sobretudo os de grande precisão, são testes que se baseiam em várias regiões do vírus, quando o teste falha algumas dessas regiões é um sinal forte de que pode ser um caso de nova variante", explica o investigador do INSA. E a verdade é que todos os 18 casos detetados até ao momento cumprem esses dois critérios.
João Paulo Gomes garante que está a ser feito "um grande esforço para acatar as recomendações da Organização Mundial de Saúde" no sentido de agir tão depressa quanto possível na deteção de pessoas infetadas com a nova estirpe, uma vez que se trata de um vírus que se tornou mais contagioso. Um sinal muito positivo, acrescenta, é que temos os médicos de saúde pública muito atentos e preocupados a pedirem-nos dados para rastrearem rapidamente os contactos das pessoas já detetadas em Portugal, por enquanto ainda apenas na Madeira, com esta variante.
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