Duas sondagens publicadas esta quinta-feira apontam para uma elevada abstenção, dado que está a preocupar candidatos e analistas. Ouvido pela TSF, o investigador Pedro Magalhães alerta no entanto para alguma cautela na leitura dos números.
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Pedro Magalhães, investigador do Instituto de Ciências Sociais, especialista em sondagens e comportamento eleitoral, não arrisca leituras definitivas sobre os estudos que têm sido divulgados nas últimas semanas. Muito menos em relação à taxa de abstenção que as diversas sondagens preveem para domingo.
Na sondagem da Universidade Católica, por exemplo, 52 por cento dos inquiridos dizem que vão votar.
Pedro Magalhães sugere uma leitura cautelosa, sublinhando que, por exemplo, o fator «emigração» pode contribuir para uma taxa de abstenção superior à prevista nas sondagens.
No blog Margens de Erro, Pedro Magalhães compara os resultados das últimas quatro eleições europeias com as sondagens que as precederam para encontrar alguns padrões.
Um deles, por exemplo, indica que a CDU teve sempre melhores resultados nas Europeias do que aquilo que as sondagens indicavam.
Outro é que «nem sempre o(s) partido(s) de governo tiveram piores resultados do que as sondagens indicavam. Nomeadamente, em 1994, o PSD superou o que se esperava. Mas nas três eleições seguintes, o(s) partido(s) de governo tiveram sempre resultados abaixo do que foi medido pelas sondagens».