O cavaleiro tauromáquico João Moura foi detido por maus-tratos a animais, na sequência de uma denúncia anónima.
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A Animal quer que as autoridades fiscalizem os outros animais que existem na herdade do cavaleiro tauromáquico João Moura, detido na quarta-feira por suspeitas de maus-tratos, e que apreendam os que possam estar em risco.
Em comunicado, a presidente da organização, Rita Silva, exige que seja feita uma fiscalização aos animais que permanecem na herdade de João Moura, detido por suspeitas de maus-tratos a cães em Monforte, distrito de Portalegre, e que quem denunciou a situação entre em contacto com a Animal.
Na nota, Rita Silva indica que a Animal "tomou conhecimento de que estes casos na herdade de João Moura não são de agora, o que muito lamenta".
"Soubemos que a denúncia que despoletou todo este episódio foi anónima e, no que de nós depender, assim se manterá. Contudo, e para que possamos tentar ajudar os animais que lá ficaram, incluindo cadelas a amamentar e suas crias, apelamos a que a pessoa entre em contacto connosco. A sua identidade nunca será revelada por nós, garantimos, mas queremos iniciar todos os procedimentos legais possíveis para ajudar os outros animais e a ajuda dessa pessoa seria fundamental", sublinha.
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A presidente da organização destaca que a Animal quer "fazer deste caso um caso exemplar".
"Queremos que as pessoas repensem a forma como diferenciam os animais, cujo sofrimento é o mesmo independentemente da espécie a que pertençam. Queremos que o sofrimento atroz daqueles cães não tenha sido em vão", remata.
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O cavaleiro tauromáquico foi detido na sequência do cumprimento de um mandado de busca à sua propriedade, que resultou ainda na apreensão de 18 cães.
Presente no mesmo dia a tribunal, para ser interrogado, foi-lhe imposto termo de identidade e residência, a medida de coação menos grave e que obrigatoriamente é aplicada a um arguido.
SOS Animal defende retirada de outros animais a João Moura
A SOS animal considera que para os galgos do antigo cavaleiro tauromáquico João Moura terem ficado no estado de magreza e subnitrição em que se encontram os maus tratos tiveram que durar muito tempo. " Não ficam naquele estado em semanas, tem que haver negligência continuada", diz a presidente desta associação. Nesse sentido, Sandra Cardoso defende que o tribunal devia assumir outras medidas " É inadmissível deixar os animais com uma pessoa que foi constituida arguida por maus tratos continuados", afirma.
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"O estado devia ser responsável por supervisionar e retirar o resto dos animais"que, ao que a associação garante, ficaram ainda na propriedade de João Moura . " Não sabemos como estão estes animais, nem se precisam de cuidados médico-veterinários", sublinha Sandra Cardoso.
Tal como a Associação Animal, a SOS Animal constituiu-se também assistente no processo em que João Moura é arguido. A sua presidente sublinha que nunca houve provas concretas sobre os maus tratos a animais por parte do ex-cavaleiro mas os rumores existiam."Tínhamos denúncias e relatos sempre sem suporte factual, o que não nos permitia apresentar uma queixa", lamenta.
Notícia atualizada às 15h34