O artigo da investigação da Universidade do Porto foi publicado na revista Scientific Reports.
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Uma investigação científica do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto concluiu que o stress em idade precoce aumenta a probabilidade de experimentação e dependência de drogas durante a adolescência. A investigação foi feita em ratos de laboratório e serve como base para uma investigação mais aprofundada.
O artigo foi publicado na revista Scientific Reports, e a questão essencial é perceber porque é que algumas pessoas ficam dependentes da droga, quando consomem, e outras não.
A investigadora do I3S da Universidade do Porto, Ana Magalhães, coordenou o estudo que conclui que o stress em idade precoce afeta a vulnerabilidade face às drogas na adolescência. Ainda assim, a coordenadora lembra que os resultados não podem ser diretamente extrapolados para humanos, uma vez que foram realizados em ratos.
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"Não se pode fazer uma extrapolação direta. O que nós tentamos é perceber quais os mecanismos que possam estar alterados, para dar pistas numa investigação em humanos. Nos humanos, a quantidade de variáveis é enorme, o que torna difícil perceber quais são os fatores", afirma Ana Magalhães.
Ana Magalhães adianta que a utilização de ratos permitiu perceber que a causa é independente da propensão genética para depressão. "Tínhamos ratinhos depressivos e ratinhos não depressivos. Fomos testá-los com cocaína em adolescentes e verificámos que o depressivo e o não depressivo, separados da mãe, têm maior probabilidade de ficar dependentes", explica.
O estudo vai agora seguir para uma segunda fase. Depois da separação dos ratinhos da mãe em idade precoce, agora vão ser testadas novas variantes, com um objetivo único.
"Perceber que fatores ambientais podemos manipular para tornar o indivíduo mais resistente se usar drogas. Portanto, se percebermos quais são os fatores ao longo do desenvolvimento do indivíduo, podemos prevenir a dependência de drogas," assume.
A equipa é composta por sete cientistas e dá uma primeira pista para o estudo em humanos. O artigo está agora disponívrel na revista Scientific Reports.