A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos está preocupada com a exaustão dos clínicos e tem promovido reuniões nos hospitais para debater o problema.
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O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos admite que nem para os profissionais especialistas em saúde é fácil diagnosticar os sinais pessoais de stress e mesmo de exaustão, no chamado síndrome de Burnout, um distúrbio psíquico de carácter depressivo com um esgotamento físico e mental intenso.
Carlos Cortes recorda as reuniões que têm promovido nos últimos meses em todos os hospitais da região e em especial uma intervenção que emocionou todos os que estavam na sala.
O médico em causa contou em lágrimas o seu caso pessoal, depois de um episódio de exaustão que demorou meses a diagnosticar, contagiando quem estava presente e se identificou com aquela história, "num ambiente emocional muito, muito carregado".
A Secção Regional da Ordem dos Médicos tem feito vários inquéritos e reuniões para perceber como anda o trabalho dos médicos, mas nunca teve tanta participação como agora quando o tema se centrou no stress e na exaustão. Ao contrário das expectativas, as reuniões têm estado cheias.
Carlos Cortes explica que o ponto comum a quase todos os relatos e queixas não se centra nos salários, mas sim na incapacidade que muitos médicos sentem para responder aos doentes devido à "enorme falta de meios humanos e materiais nos hospitais".