Subscritores de queixa-crime recusam “fraude absoluta” e acusam Ventura de “manobra” ao desviar “atenção do essencial”

Fraude absoluta? António Garcia Pereira, advogado e um dos autores da queixa-crime contra o Chega, devolveu esta segunda-feira a bola ao partido e disse que é o líder André Ventura quem está “numa manobra de diversão, empenhado em que se desvie a atenção do essencial”.

Em resposta ao presidente do Chega, que esta segunda-feira afirmou que a petição está “espalhada de pessoas com e-mails e identidades que não existem, Garcia Pereira confirmou à TSF que “foram detetadas algumas”.

Ainda assim, “esses casos não “preocupam” os autores, até porque “André Ventura está claramente numa manobra de diversão, empenhado em que se desvie a atenção do essencial”, sustentou, sublinhando que “os cidadãos portugueses não estão dispostos a tolerar comportamentos como aqueles que foram assumidos pelo Chega”.

Questionado sobre a investigação do Ministério Público (MP) e a motivação da petição pública, António Garcia Pereira acusou o líder do Chega de estar “empenhado” em confundi-las: “O que vai ser entregue na PGR é uma queixa-crime que imputa, com base nos factos, a prática de uma série de crimes — ofensa à memória da pessoa coletiva, apologia pública de um crime (...). O incitamento à discriminação e ao ódio é um crime com uma moldura penal muito mais pesada do que estes.”

Também Miguel Prata Roque, antigo secretário de Estado e um dos subscritores da queixa-crime, insistiu esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas, que “já basta de instigar ódio”.

“Não falamos de ódio. Só de amor. (...) Não somos crianças de pré-primeira, não gostamos de bullys.”

Mais de 125 mil cidadãos assinaram já a queixa-crime contra André Ventura, Pedro Pinto e Ricardo Reis, do Chega, por declarações sobre a morte de Odair Moniz. O documento foi entregue na Procuradoria-Geral da República, que já abriu um inquérito na sexta-feira.