
João Vale Teixeira na Comissão Parlamentar de Inquérito aos swaps
Global Imagens/Natacha Cardoso
O ex-presidente da Entidade Gestora de Reservas Estratégicas de Produtos Petrolíferos (EGREP), demitido em junho passado, rejeitou hoje no parlamento ter celebrado contratos 'swap' especulativos ou tóxicos enquanto liderou a empresa pública.
«As operações não eram especulativas e muito menos tóxicas. Eram apenas de cobertura da taxa de juro do financiamento», afirmou João Vale Teixeira na sua intervenção inicial na comissão parlamentar de Inquérito à Celebração de Contratos de Gestão de Risco Financeiro ('swap') por Empresas do Setor Público.
O ex-presidente da empresa responsável pela manutenção das reservas nacionais de produtos petrolíferos, um dos três gestores demitidos em junho, considerou a audição «a oportunidade para finalmente sair da posição de mero alvo de críticas e de acusações».
«Tenho orgulho no trabalho desenvolvido na EGREP desde a sua formação", em 2003, declarou, acrescentando que o processo dos 'swap' pôs a sua «reputação (...) em causa».
Vale Teixeira foi demitido em junho na sequência de um relatório da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP que concluiu a existência de contratos de instrumentos financeiros derivados de natureza «claramente especulativa e ou contratualmente desequilibrados».
Os referidos contratos resultaram em «prejuízos avultados e riscos significativos» para o erário público, justificou o Governo na resolução, salientando também que o exercício de funções como gestor público pressupõe a manutenção de uma relação de confiança entre o Estado e o gestor.