
Tara Perdida
Rui Manuel Fonseca/Global Imagens (arquivo)
A banda revela à TSF que o truque para passar energia em cima do palco "é não ter truque nenhum".
Os Tara Perdida marcaram presença no primeiro dia do Super Bock Super Rock (SBSR), na quinta-feira. Antes de pisar o palco, a banda revelou que mais do que dar um concerto, quer dar um espetáculo, algo que só acontece "quando o público e a banda estão os dois em simbiose e existe ali uma bolha de energia".
A banda portuguesa já é uma presença assídua no festival do Meco e Rui Costa (Ruka), o guitarrista que agora dá voz ao mais recente disco, confessou que o ambiente vivido no festival "está uma loucura". "Só falta uma piscina aqui, até carrinhos de choque tem", brincou.
"O espírito é fixe, nós já atuamos várias vezes no SBSR, já tocamos várias vezes com os The Offspring, a abrir para eles, até nos coliseus em Lisboa e, para nós, tocar no SBSR é sempre altamente, seja qual for o palco e seja qual for a hora porque é uma montra fixe", confessou.
A atuação da noite contou com o mais recente disco da banda - "Vida Punk" -, que Ruka explicou ser um "best of" da história do grupo, que tem ainda direito a um tema inédito, "Bairro de Alvalade", em homenagem ao local que juntou os músicos.
"Era basicamente um disco de trabalho para apresentar a minha voz, já que estou aqui há sete ou oito meses. Estive 27 anos a tocar guitarra e agora estou a fazer voz e então na altura pensamos nisso: em vez de estar a fazer originais, fazer um best of, que era uma maneira de as pessoas também conhecerem a minha voz e logo nos clássicos, não em originais", revelou à TSF.
Para os artistas, era importante "furar a barreira" da aceitação, não só nos temas recentes que foram surgindo, mas também nas músicas antigas, uma missão que acabou por ser cumprida com sucesso.
"Foi logo aceite à primeira. A partir daí a gente está a andar, não há aqui deslumbre nenhum, nem há assim grandes sonhos, porque o melhor é como a gente diz 'vamos um dia de cada vez'", contam.
Sonhadores assumidos, ainda que não tanto como no passado, porque agora são "mais comedidos", a banda punk não escondeu o entusiasmo pelo público gostar da nova voz, "da maneira como as coisas acontecem e da energia". No entanto, o objetivo para o dia de quinta-feira não foi apenas dar um concerto, os artistas prometeram mostrar aquilo que melhor sabem fazer.
"O que nós consideramos um espetáculo é quando o público e a banda estão os dois em simbiose e existe ali uma bolha de energia. Aquilo para nós é um espetáculo. Um concerto tu estás a tocar, no final as pessoas batem palmas, isso é um concerto. Há alguns que nem batem. Mas connosco tem de existir um momento em que tu vais para lá daqui a cinco anos ou dez e isso é que é importante. Isso nós não forçamos. Nós curtimos mesmo fazer aquilo e acho que é por aí que passa", assumiu o vocalista.
Com vários espetáculos agendados para este mês e o próximo, os Tara Perdida revelaram que o truque para passar energia em cima do palco "é não ter truque nenhum".
"Isto para nós é uma boa montra, nós fazemos concertos em todo o lado, fazemos produções sozinhos também em Lisboa e Porto, onde temos mais público, mas claro que gostamos de estar assim nestes ambientes que são muito mais fixes", admitiu Ruka.
A banda agradeceu o convite para marcar presença em mais uma edição do SBSR, sem esconder o apreço por festivais.
A banda punk tem concertos agendados a 28 de julho no 25.º Festival do Lavre, a 4 de agosto no Vagos Metal Fest, a 25 de agosto nas festas de Bidoeira de Cima e a 26 de agosto em Vidigueira.