"Tecnicamente incompetente." Medina critica relatório sobre imóveis da Segurança Social
Tribunal de Contas revelou que preço de venda de onze imóveis da SS à Câmara de Lisboa para arrendamento acessível, acordado em 2018, é inferior em 3,5 milhões ao valor de mercado.
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O presidente da Câmara de Lisboa classificou esta quinta-feira o relatório do Tribunal de Contas sobre a venda de onze imóveis da Segurança Social (SS) ao município como "tecnicamente incompetente", recusando que tenha sido um negócio com prejuízo para a SS.
"O que o Tribunal de Contas vem dizer é não devíamos ter contribuído para o objetivo de ter mais casas a preço acessível e que a Segurança Social devia ter especulado no mercado imobiliário, vendendo ao mais alto preço e utilizando as técnicas todas para hipervalorizar o património. O Tribunal de Contas está, neste relatório, a fazer política, não tendo sido eleito para isso", explicou Fernando Medina.
O preço de venda de onze imóveis da SS à Câmara de Lisboa para arrendamento acessível, acordado em 2018, por 57,2 milhões, é inferior em 3,5 milhões ao valor de mercado, revelou o Tribunal de Contas (TdC) num relatório divulgado na quarta-feira.
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Segundo o organismo que fiscaliza as contas públicas, o memorando assinado em julho de 2018 entre o município presidido por Fernando Medina e o ex-ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Vieira da Silva "privilegiou a prossecução de uma política de arrendamento acessível em Lisboa em detrimento da receita e consequente sustentabilidade da Segurança Social".
"O relatório do Tribunal de Contas é um relatório lamentável a todos os títulos e é um relatório tecnicamente incompetente", defendeu esta quinta-feira o presidente da autarquia, numa conferência de imprensa que decorreu nos Paços do Concelho.
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Fernando Medina afirmou que o TdC "acusa a Segurança Social de ter feito uma venda com prejuízo", o que considerou "absolutamente falso", tendo em conta a realização de "quatro avaliações" e que os imóveis foram "adquiridos em condições de mercado".
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"Sejamos claros. O Tribunal de Contas avaliou uma operação, avaliou todo o seu conteúdo, os contratos, as avaliações e deu visto favorável à compra pela Câmara Municipal de Lisboa de 11 imóveis da Segurança Social. E o mesmo Tribunal de Contas vem uns meses depois, num outro relatório, de outra secção do Tribunal de Contas, tecer fortíssimas críticas à operação", disse.