Rio Tejo vai ter os primeiros barcos a gás natural. Novos catamarãs terão mais do do dobro da velocidade dos cacilheiros.
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O Governo lançou esta sexta-feira o concurso internacional para avançar com a maior compra, das últimas duas décadas, de barcos para ligar as duas margens do rio Tejo. Serão dez novos catamarãs, mais rápidos, mais eficazes e os primeiros navios no Tejo a navegar a gás natural (até agora os combustíveis usados são gasóleo ou fuelóleo).
O investimento será de 88 milhões de euros, numa média de quase 9 milhões por barco, com o primeiro a ser entregue em 2020, quatro em 2021 e depois dois por ano até 2024.
Na cerimónia que assinalou o lançamento do concurso público, no Cais do Sodré, o primeiro-ministro sublinhou que este investimento agora realizado supera em valor todos os que foram feitos pelo anterior executivo PSD/CDS-PP nos transportes públicos.
Em várias referências às "feridas" provocadas pelo período de assistência financeira de Portugal, entre 2011 e 2014, o Primeiro-Ministro disse que o investimento nos transportes urbanos demonstra que o país "está a recuperar das feridas que foram abertas pela crise".
Os novos navios irão fazer as ligações de Lisboa a Cacilhas, Seixal e Montijo, com o governo a garantir que estamos perante um importante avanço na qualidade do serviço, acabando com os constrangimentos e avarias que constantemente se sentem na Soflusa mas, sobretudo, nos velhos barcos da Transtejo, resultado da "elevada idade média e degradação" das embarcações.
O Ministro do Ambiente e da Transição Energética, que tutela o setor, adianta à TSF que esta é uma compra muito importante, esperada há muito tempo, e fundamental para garantir a fiabilidade e rapidez do serviço de transportes.
João Pedro Matos Fernandes sublinha que os antigos cacilheiros têm uma velocidade máxima de nove nós, menos de metade dos 20 nós dos navios que serão comprados.
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O ministro acredita que os cacilheiros não irão desaparecer totalmente do Tejo, podendo ter novos usos, mas irão, naturalmente, deixar de fazer transporte regular de passageiros.
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O Governo está convencido de que quando os dez novos navios forem entregues acabarão, definitivamente, os problemas conhecidos de fiabilidade, avarias constantes e falta de barcos para ligar as margens do Tejo na Área Metropolitana de Lisboa.