A Deco recebeu mais de quatro milhões e meio de reclamações nos últimos dez anos, um ranking liderado sempre pelo setor das telecomunicações, seguido dos setores da energia e água, serviços financeiros e compra e venda.
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O setor das telecomunicações ocupa o primeiro lugar no ranking das reclamações que chegam à Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor há mais de dez anos.
Entre 2010 e 2019, a Deco recebeu mais de 539 mil reclamações relativas ao setor das telecomunicações, de acordo com dados da associação.
Além de motivar o maior número de reclamações junto da associação, o setor das telecomunicações é alvo do mesmo tipo de queixas ao longo da última década.
"Desde a velocidade anunciada de internet que não é cumprida, até às questões do período da fidelização e refidelização. Também situações relacionadas com a dificuldade no cancelamento do contrato, mudança de operador e dupla faturação, consumos adicionais que os consumidores informam não ter efetuado ou não perceberem os montantes que são cobrados, situações como a prescrição e também as práticas comerciais desleais", explica Ana Sofia Ferreira, jurista da Deco.
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Depois do setor das comunicações, as queixas dos portugueses vão sobretudo para os serviços financeiros, a compra e venda, a energia e a água.
No caso da banca, a Deco registou um aumento de reclamações em 2019, sobretudo devido a serviços que eram gratuitos e passaram a ser cobrados.
"Começamos a verificar que as comissões bancárias passaram a ter um peso expressivo nas reclamações dos consumidores clientes bancários. Muitos consumidores que estavam isentos do pagamento de despesas de manutenção de conta e outras comissões, viram-se confrontados com esse pagamento. E depois temos questões como serviços que deixaram de ser gratuitos como por exemplo o MBWay", refere a coordenadora do gabinete de apoio ao consumidor da Deco.
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Nos últimos dez anos, a Deco recebeu mais de quatro milhões e meio de queixas de consumidores. Em 2019, a associação registou mais de 343 mil contactos de consumidores.
São dados que levam a Deco a "exigir uma maior proteção dos consumidores em todos os setores".
Ana Sofia Ferreira considera que foram feitas melhorias em alguns setores devido a alterações legislativas, mas lamenta que fiquem "aquém daquilo que seria o necessário para proteger totalmente o consumidor".
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