Investigadora norte-americana descobriu que a presença de um peluche ou uma citação inspiradora no computador são meio caminho andado para comportamentos mais honestos no local de trabalho. A TSF quis perceber porquê.
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Parece mentira, mas a presença de um simples urso de peluche pode tornar-nos mais honestos - e se houver lápis de cor ou desenhos animados por perto a probabilidade é ainda maior. A conclusão é da investigadora norte-americana Sreedhari Desai, que participa num colóquio do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa esta semana.
"Nos estudos que fizemos até agora descobrimos que quando os voluntários estão perto de brinquedos ou a ver desenhos animados a percentagem de batoteiros desce cerca de 20%", revelou a professora da Unidade da Carolina do Norte, ouvida pela TSF. "Por outras palavras, as pessoas comportam-se melhor na presença de objetos relacionados com a infância, como ursos de peluche, mesmo que não estejam especialmente felizes."
Na realidade, a investigação mostra que nem é preciso ver uma criança para acionar o gatilho da ética e da honestidade, basta uma associação de ideias. "Em muitas línguas e culturas, as crianças são descritas como flores ou anjos e a infância é associada à inocência. Por isso, quando somos expostos a objetos relacionados com a infância, eles podem ativar-nos, inconscientemente, um sentimento de bondade. E não é apenas a presença de uma criança que nos faz sentir isso, é a ideia associada à criança", refere Sreedhari Desai.
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A investigadora descobriu ainda que as empresas em que predominam os comportamentos éticos têm geralmente mais sucesso financeiro e que os símbolos morais no local de trabalho, como frases inspiradoras ou imagens religiosas, são determinantes.
Desai explica: "Quando os funcionários e os chefes estão expostos a símbolos morais, como palavras ou imagens, os comportamentos antiéticos no local de trabalho são menos frequentes."
São conclusões para ver e ouvir esta quinta-feira e sexta-feira, no colóquio sobre a relação dos comportamentos éticos e da responsabilidade social com o sucesso financeiro das empresas, no ISCTE, em Lisboa.