Temido "sem nada para fazer"? Chega ataca, PS e Governo defendem antiga ministra
Sob o olhar de Temido, Chega diz que há deputados "que não têm nada para fazer". PS e Governo defendem antiga ministra.
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Durante o debate sobre as alegadas incompatibilidades no Governo, o Chega atacou a antiga ministra Marta Temido, que agora é deputada, por não pertencer à comissão de Saúde. O PS fala em "insulto" e avisa o Chega que "não condiciona a liberdade dos deputados".
Na última fila da sala das sessões, de forma discreta, Marta Temido ouviu as críticas diretas da bancada do Chega, "por não ter nada que fazer", esboçando um ligeiro sorriso.
"A senhora ex-ministra Marta Temido, que está ali atrás, veio provar-nos que há deputados que não têm nada que fazer. Nem sequer foi para a comissão de saúde, a sua área de especialidade", disse.
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O deputado do Chega acrescentou que a antiga governante deixou o ministério da Saúde "durante a madrugada" e "num caos absoluto", sempre sob o olhar atento de Marta Temido.
A antiga ministra não interveio, mas o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, pediu a palavra para fazer a defesa da honra de Marta Temido, afastando qualquer condicionamento do Chega.
"Quando os insultos veem de uma bancada em particular, para nós, alguns desses insultos, são autênticas medalhas democráticas", começou por dizer.
Ainda assim, Eurico Brilhante Dias nota que "há limites" que não devem ser ultrapassados, lembrando que cabe a cada deputado e ao seu grupo parlamentar "definir o exercício do seu mandato".
"A líder da lista do PS em Coimbra exerce o seu mandato em liberdade. Qualquer condicionamento, mesmo que insultuoso, não limitará a liberdade dessa deputada", atirou.
Marta Temido foi eleita deputada pelo círculo eleitoral de Coimbra, mas estreou-se no Parlamento depois de deixar o Governo. A agora deputada ainda não interveio publicamente desde que desempenha as novas funções.
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