"Temos de apelar a todas as pessoas que possam fazer a sua dádiva de sangue o mais rapidamente possível"
Alberto Mota avança na TSF que as reservas de sangue dos grupos negativos são escassas, prevendo-se que cheguem ao fim em "três ou quatro dias"
Corpo do artigo
A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue apela aos portugueses para que doem sangue o "mais rapidamente possível". No final do ano há sempre menos pessoas disponíveis para a dádiva e, por isso, Alberto Mota alerta que as reservas de alguns tipos de sangue necessitam de ser reforçadas.
O líder da federação admite à TSF que os hospitais estão a passar "um momento que é tradicionalmente crítico": nesta época festiva, muitos dadores deslocam-se da sua área de residência e deixam de fazer a sua dádiva. A chegada do inverno também não ajuda, já que traz consigo as gripes e frequentes infeções respiratórias.
Alberto Mota avança que, segundo a última nota informativa, publicada a 18 de dezembro, as reservas de sangue dos grupos negativos "estavam todas para três ou quatro dias".
"Neste momento, temos de continuar a apelar a todas as pessoas saudáveis que possam fazer a sua dádiva o mais rapidamente possível para que os níveis não continuem a descer nestes próximos dias", afirma.
Sobre a petição lançada pela federação, que prevê o direito à dispensa ao trabalho no dia da dádiva, o líder da federação adianta que já foram recolhidas oito mil assinaturas.
"A petição já foi entregue na Assembleia da República, sabemos que já foi descida ao grupo parlamentar da saúde. Já tivemos contactos com alguns grupos parlamentares, nomeadamente, o BE e o CDS-PP, e agora estamos à espera de sermos chamados à Assembleia da República para continuar esta tarefa que é de repor este reconhecimento", explica, acrescentando que no Luxemburgo o Governo já está a equacionar a mesma hipótese
Já o Instituto Português do Sangue considera que as reservas de sangue, neste momento, estão melhores do que no verão. O diretor técnico do Centro de Sangue e Transplantação do Porto reconhece que o início de 2024 foi difícil, mas salienta que agora o cenário é mais positivo.
"Nós tivemos um período muito mau, desde janeiro até junho de 2024, em que fomos descendo as dádivas e as reservas nacionais. Depois, julho e agosto e setembro, foram meses com dificuldades, com sete mil e tal unidades, e depois fomos subindo, chegámos no mês de dezembro a uma média de 11 mil unidades no frigorífico", argumenta Jorge Condeço.
Reconhece igualmente o "esforço" dos dadores para que esta compensação fosse possível e pede à população que continue a doar sangue, a fim de que estes valores se possam manter.
"As pessoas devem dar sangue, não como um apelo, mas sim como a continuidade da dádiva, manter estas reservas disponíveis e crescer um pouco mais, mas nada que represente neste momento um risco para a prática transfusional", aponta.
