“Temos de mudar o chip.” Zero propõe medidas para reduzir toneladas de resíduos urbanos que vão para aterro
O colaborador da Zero Rui Berkemeier explica à TSF que estas medidas passam pela pré-triagem dos resíduos que vem das nossas casas, mas também pela reciclagem
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A associação ambientalista Zero propôs ao Ministério do Ambiente e Energia dois conjuntos de medidas para reduzir rapidamente um milhão de toneladas de resíduos urbanos que vão para aterro.
O colaborador da organização Rui Berkemeier adianta à TSF que um desses conjuntos de medidas passa por “mudar o chip” no que toca à reciclagem. “Temos de mudar a lógica de abordagem, temos de ir para sistemas mais eficientes, nomeadamente através da recolha porta-a-porta e com um tarifário em que quem separa o lixo é beneficiado”, afirma.
O também engenheiro do ambiente avisa que Portugal está aquém das expectativas no que toca à reciclagem. “Em Portugal, recicla-se cerca de 22% e a meta comunitária para 2025 seria reciclar 55%, ou seja, muito mais do dobro do que reciclamos hoje”, sublinha. Rui Berkemeier defende que o sistema atual de ecopontos é ineficiente: “Todos os dados, inclusive os de Portugal, demonstram que com os ecopontos não ultrapassamos esta fasquia dos 20%.”
O ambientalista assinala que é urgente reduzir o número de resíduos que vai parar a aterro. Por isso, a Zero propõe, além das propostas que caem sob a reciclagem, a pré-triagem dos resíduos que vão para aterro. Afirma que esta medida podia reduzir em 50% os resíduos que vão parar a aterro.
“Hoje em dia mandamos diretamente para aterro 1,4 milhões de toneladas de resíduos, sem qualquer pré-tratamento. Existem unidades em Portugal [que fazem este pré-tratamento], que é o chamado tratamento mecânico e biológico, e que permitem reduzir 50% dos resíduos que tratam e enviar para a terra. Ou seja, nós, com esta estratégia, melhorar as unidades que já existem e criar algumas novas, nós conseguiremos desviar um milhão de toneladas do aterro por ano."
Rui Berkemeier acredita que a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, vai receber bem estas propostas, uma vez que elas são mais amigas do ambiente e da economia, apresentam soluções baratas, criam emprego e incentivam a economia circular.
