Aluno que planeou ataque à FCUL condenado a dois anos de prisão mas absolvido de crime de terrorismo
Jovem de 19 anos foi detido a 10 de fevereiro pela PJ e confessou, durante o julgamento, que queria matar pelo menos três pessoas.
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O estudante acusado de planear um ataque terrorista na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa foi absolvido, esta segunda-feira, do crime de terrorismo, mas acabou condenado a dois anos e nove meses de prisão em tratamento psiquiátrico por detenção de arma proibida.
Jorge Pracana, o advogado de João Carreira, ainda vai analisar a decisão, mas mostrou-se satisfeito por o jovem ter sido absolvido dos crimes de terrorismo.
"A justiça cumpriu o seu percurso e subscrevemos inteiramente a decisão. Era facto claro que as armas estavam lá e foram apreendidas, agora vamos verificar se há uma adequação da pena aos factos. Terei de analisar agora a decisão. Se foi considerada a idade do arguido. Em relação ao resto estou satisfeito", explicou aos jornalistas Jorge Pracana à saída do Campus da Justiça, em Lisboa.
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O advogado está agora preocupado com o acompanhamento psiquiátrico que o jovem terá, mas não tem dúvidas de que o estudante terá de ser acompanhado, seja dentro ou fora de uma instituição.
"É um problema que me preocupada dado o estado da saúde mental em Portugal, veremos como é que esse acompanhamento vai ser feito. Todos percebemos que há que dar oportunidade a este jovem de se inserir e se desenvolver. Há muitas pessoas ilustres e com enormes capacidades que sofriam desta maleita", acrescentou o advogado de João Carreira.
Nas alegações finais do julgamento, o Ministério Público tinha pedido ao coletivo de juízes presidido por Nuno Costa que o jovem fosse condenado a uma pena não inferior a três anos e meio de prisão efetiva em estabelecimento prisional com acompanhamento psiquiátrico.
A procuradora Ana Pais referiu que, tendo em conta os factos confessados pelo arguido, João Carreira deveria ser condenado naquela pena de prisão pelos crimes de treino para terrorismo (da lei do terrorismo) e detenção de arma proibida.
Segundo o plano desmantelado pela PJ, a ação terrorista concebida por João Carreira estava marcada para 11 de fevereiro deste ano. Após ser detido ficou em prisão preventiva, tendo a medida de coação sido substituída por internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias