Termómetros sobem até aos 40 graus: todos os distritos do continente sob aviso amarelo
A partir desta segunda-feira, Portugal continental vai registar uma subida de temperatura com máximas entre os 33 e os 40.º Celsius e com os valores mais elevados na região do Vale do Tejo, na Beira Baixa e no Sul
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Todos os distritos de Portugal continental estão a partir das 09h00 desta segunda-feira sob aviso amarelo devido à previsão de tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Viseu, Évora, Porto, Guarda, Faro, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra, Portalegre e Braga vão estar sob aviso amarelo devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima entre as 09h00 desta segunda-feira e as 18h00 de quarta-feira.
Bragança e Vila Real vão estar sob aviso amarelo entre as 09h00 desta segunda-feira e as 00h00 de terça-feira, passando depois a aviso laranja até às 18h00 de quarta-feira.
Portugal continental vai registar uma subida de temperatura a partir desta segunda-feira com máximas entre os 33 e os 40.º Celsius e com os valores mais elevados na região do Vale do Tejo, na Beira Baixa e no Sul. Em declarações à TSF, o meteorologista Jorge Pontes afirma que se trata de uma situação pouco habitual em junho.
"As temperaturas vão estar muito acima do normal para a época do ano, especialmente hoje [segunda-feira] e amanhã [terça-feira], quarta-feira também no interior, e vão continuar acima normal pelo menos até ao fim de semana, apesar de haver um certo alívio da temperatura a partir de quinta-feira um pouco por todo o país. Mas no interior ainda vão continuar temperaturas elevadas, na ordem dos 35 a 37°", explica à TSF Jorge Pontes.
Perante a previsão de temperaturas altas, a Direção-Geral de Saúde recomenda à população um consumo regular de água, o uso de roupa larga e fresca e a utilização de protetor solar, de duas em duas horas. À TSF, Joana Cabete, do Colégio de Dermatologia da Ordem dos Médicos, lembra que, ao contrário do que se costuma dizer, o sol de hoje não está mais forte do que o sol de antigamente: a diferença surge noutras questões.
"Por um lado temos uma atmosfera, uma camada de ozono que está mais fina, embora esteja em recuperação atualmente, o facto de estar mais fina permite que mais radiação ultravioleta atinja a superfície terrestre e acabamos por ter mais dias com o índice UV elevado. Mas, por outro lado, temos também uma sensação térmica superior. A questão do aquecimento global e das alterações climáticas faz que tenhamos mais ondas de calor que aumentam esta sensação térmica e temos também comportamentos diferentes. As pessoas têm mais atividades de lazer ao ar livre, também vivem em áreas mais urbanas, com superfícies, como o cimento e o asfalto que irradiam mais calor. Tudo isto em conjunto faz com que as pessoas tenham a perceção de que realmente o sol está mais forte", esclarece Joana Cabete, em declarações à TSF.
A médica sublinha ainda que o risco de apanhar um escaldão não é só na praia, mas em qualquer lado, seja a praticar desporto ao ar livre, a andar ou a estar parado numa paragem de autocarro, por exemplo. "Quando esta exposição ultrapassa o limite de tempo que a nossa pele aguenta e que será menor para as peles mais claras ou mais finas e maior para as peles mais escuras, vamos ter uma queimadura solar. Estas queimaduras vão desde o vermelho ligeiro ou vermelho vivo e até à formação de bolhas nos casos mais graves", explica.
Joana Cabete alerta que "as queimaduras suaves ainda são muito frequentes". "Infelizmente há quem pense que o vermelho não é queimadura e que até faz parte do bronzeamento e isto não é de todo verdade. Além dos efeitos imediatos da queimadura, com dor e desconforto na pele, a longo prazo, as queimaduras solares têm riscos. Por um lado, potenciam o conhecimento da pele. No fundo, vamos ter rugas mais profundas e ainda as manchas, mas, por outro, vai aumentar também o risco para o cancro cutâneo", acrescenta.
Segundo o IPMA, até quarta-feira prevê-se que Portugal continental esteja sob “influência conjunta de um anticiclone a sul das ilhas Britânicas e de um vale depressionário que se estende desde o norte de África até à Península Ibérica”.
A situação meteorológica irá aumentar os valores da temperatura máxima, em especial a partir desta segunda-feira e um episódio de poeiras em suspensão com origem no norte de África.
Os valores da temperatura máxima vão variar aproximadamente entre 33 e 40.°C na generalidade do território, embora com valores ligeiramente inferiores em alguns locais da faixa costeira.
Prevê-se que os valores mais elevados da temperatura máxima ocorram na região do vale do Tejo, Beira Baixa e região Sul.
O IPMA prevê uma subida da temperatura mínima esta segunda e terça-feira, considerando “prováveis noites tropicais em grande parte do território continental”.
O tempo quente pode prolongar-se até quinta-feira, em especial nas regiões do interior.
