Terramoto em Lisboa "não tem nada de especial", afastada crise sísmica em Portugal
Após o abalo registado esta segunda-feira em Lisboa, a TSF falou com o diretor do Instituto Dom Luiz. Filipe Rosas explica porque é que não foram sentidas réplicas
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O diretor do Instituto Dom Luiz, Filipe Rosas, assegura que o sismo registado esta segunda-feira, em Lisboa, "não tem nada de especial", nem pode ser comparado ao abalado de agosto do ano passado.
“Esta sismicidade, até ver, não tem nada de especial, a não ser a circunstâncias da magnitude ter sido um pouco mais elevada”, diz à TSF Filipe Rosas.
“Não acho que haja razão, com base na informação que dispomos até agora, para estabelecer um cenário de relação com o sismo de agosto e presumir que há qualquer tipo de crise sísmica”, acrescenta.
O professor do departamento de geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa reconhece que Portugal está numa zona crítica para a ocorrência de terramotos, mas os últimos sismos que se fizeram sentir não ocorreram nessa zona.
"São as falhas provavelmente herdadas de ciclos anteriores que são retomadas no contexto da compressão entre a Europa e África. Portanto, são coisas de mais baixa magnitude”, explica.
Segundo o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico e o Serviço Geológico dos Estados Unidos, um sismo de magnitude 4.8 foi sentido, esta segunda-feira, principalmente na região de Lisboa, mas também em algumas zonas do Centro do país e Algarve. O abalo foi registado às 13h24.
Por seu lado, as informações do IPMA apontam para um terramoto de magnitude 4.7, com epicentro ao largo da aldeia do Meco. O epicentro do abalo foi localizado a 14 quilómetros a Oeste-Sudoeste do Seixal e a sete quilómetros de profundidade.
Questionado sobre a ausência de réplicas, Filipe Rosas refere que estas são uma “resposta do sistema ao reajustamento final da dissipação da tensão” e, por isso, a sua ausência pode “querer significar que é esse reajuste é muito pequeno, não tem razão de acontecer”.
O sismo não casou danos materiais ou pessoais. Ainda assim, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil lembrou os cuidados a ter antes, durante e depois de um sismo.