"Terrenos instáveis" e "risco de derrocada" marcam resgate de vítimas mortais em Esposende
O comandante da Proteção Civil Rui Costa explica à TSF que este é "um trabalho muito minucioso", tendo já sido retiradas as pedras que estavam na parte superior da habitação.
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As operações para a remoção dos corpos das duas vítimas de um deslizamento de terras em Palmeira de Faro, Esposende, já começaram, mas não há qualquer previsão temporal para a conclusão dos trabalhos, disse esta quarta-feira fonte da Proteção Civil.
À TSF, Rui Costa, do comando operacional distrital de Braga, da Proteção Civil, afirma que já estão duas máquinas retroescavadoras giratórias no local a tentar retirar as pedras de grandes dimensões, que se encontram no interior da habitação.
"Já foram retiradas as pedras que estavam no nível superior da habitação, porque havia um risco iminente de derrocada. Agora está a fazer-se o acesso para chegarmos às pedras que estão no interior da habitação, temos que as tirar, porque só assim é que conseguiremos ter acesso aos cadáveres", adianta o comandante Rui Costa, indicando que as algumas das pedras têm um peso superior a 20 toneladas.
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"É um trabalho muito minucioso, porque estamos a trabalhar com terrenos instáveis, as máquinas estão a fazer um trabalho com muita cautela."
O comandante Rui Costa revela que no local está a GNR e também a Polícia Judiciária já foi chamada, bem como diversos técnicos que avaliam o estado da casa e dos terrenos.
Em declarações à Lusa, cerca das 11h30, o 2.º comandante distrital de Operações e Socorro de Braga, Rui Costa, adiantou que já foram removidas as pedras que se encontravam a um nível superior da habitação atingida pelo deslizamento e que apresentavam risco iminente de queda.
"Agora, está-se a fazer o escoramento desde a cave até ao primeiro andar do edifício, para aceder com segurança ao local onde se encontram os cadáveres. São manobras muito minuciosas, quase como um trabalho de filigrana, não é possível fazer qualquer previsão temporal", acrescentou.
Sem precisar o número de pessoas em causa, Rui Costa referiu que os moradores das três casas contíguas foram retiradas "por uma questão de segurança" e só poderão regressar às habitações depois de concluídas as operações de remoção de terras e pedras.
O responsável já tinha afirmado esta manhã que as "casas contíguas não correm perigo" e que a apenas por precaução os moradores foram avisados de que "deveriam sair do local".
Um deslizamento de terra e de pedras de grandes dimensões em Palmeira de Faro, no concelho de Esposende, atingiu na madrugada de hoje uma habitação unifamiliar, em que se encontravam seis pessoas.
Dois jovens de 22 anos que se encontravam no primeiro piso morreram.
As restantes pessoas - um casal entre os 40 e os 50 anos e duas crianças, de 02 e 12 anos, foram retirados ilesos.
O alerta para o deslizamento de terra foi dado às 3h55.