A Taberna do Carró tem como vizinha a loja Arte, Sabor e Douro, ambas no centro histórico de Torre de Moncorvo. A mesma família que desde o início do século promove o que melhor se produz e cozinha por terras do alto Douro. Por perto, a Quinta do Vallado resolveu abrir uma extensão do seu wine hotel junto ao Douro e por isso chamou-lhe Casa do Rio. Também bem perto do rio, mas noutros territórios, o "mais novo" da Casa de Vilacetinho: colheitas tardias de 2016 lançado recentemente.
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Em pleno centro histórico de Torre de Moncorvo, junto à igreja matriz, a Taberna do Carró abriu as portas em 2001 depois do professor Joaquim Morais sentir alguma nostalgia quando se lembrava de uma antiga taberna onde se reuniam trabalhadores e patrões, gente de todos os estratos sociais que conviviam em volta de petiscos e bom vinho. Tinha o mesmo nome e com o mesmo nome ficou.
Mesmo ao lado, a loja regional Arte, Sabor e Douro, onde a mulher de Joaquim, Dina, recupera e promove tradições como a amêndoa coberta de Moncorvo, o único local onde ainda se produz manualmente a amêndoa, certificada com Indicação Geográfica Protegida (IGP).
A carta da taberna é única e os clientes já sabem ao que vão. A posta mirandesa certificada é a protagonista, não sem antes virem para a mesa uma série de entradas onde as alcaparras com sal - azeitonas quartilhadas (descaroçadas e divididas em quatro) fazem quase sempre parte da refeição. Enchidos, queijo ou tomate coração de boi quando é altura de o servir, são algumas das iguarias que se servem na Taberna do Carró.
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Paz e silêncio
Nunca a expressão "ouvir o silêncio" fez tanto sentido como na Casa do Rio. A poucos metros do rio Douro, a Quinta do Vallado decidiu criar uma extensão do seu Wine Hotel na Quinta do Orgal com apenas seis suítes, onde a ideia é usufruir de uma tranquilidade quase irreal.
O projeto de arquitetura feito pelo mesmo arquiteto responsável pelo Hotel e Adega da Quinta do Vallado, Francisco Vieira de Campos, revela um edifício feito totalmente em madeira, suspenso, onde os hóspedes ficam "imersos" entre as encostas de vinhedo com o rio em pano de fundo. O pequeno hotel venceu a categoria de "Práticas Sustentáveis de Enoturismo" nos prémios Best of Wine Tourism de 2016.
Rita Roquette, mulher do proprietário, destacou o restaurante da Casa do Rio onde se promove a cozinha tradicional através das experimentadas mãos da duriense Ana Rita. Assim, concluiu, "os clientes, se quiserem, podem ficar para tomar o pequeno-almoço, almoçar e jantar".
Vinho à sobremesa
As colheitas tardias não são uma novidade, mas têm vindo a ganhar cada vez mais expressão. Os "Sauternes" franceses há anos que marcam presença nas mesas mais exigentes quando a ideia é ter um vinho que combine com a sobremesa. Por cá, são cada vez mais as casas que produzem vinho a reservarem alguma produção para as colheitas tardias ou, como estão descritas em alguns rótulos, Late Harvest.
A Casa de Vilacetinho também lançou recentemente para o mercado o "Casa de Vilacetinho Avesso Late Harvest 2016" que combina acidez e açúcar numa mistura que os responsáveis consideram única. A "estrela da companhia" é a casta Avesso, típica dos vinhos verdes, uma das utilizadas pela casa para produzir vinho.
O jovem produtor João Maia da Casa de Vilacetinho já garantiu novas colheitas (tardias) de 2017 e 2018, mas, segundo o próprio, com características algo diferentes de ano para ano. A Casa de Vilacetinho, de 1790, foi um dos primeiros produtores da região dos vinhos verdes, inserida no concelho de Marco de Canavezes.