Testagem é "positiva", mas aposta devia ser vacinação de professores e auxiliares
Filinto Lima preferia que "estes dois grupos que estão à frente da batalha não tivessem de aguardar, até para ganharmos a confiança das comunidades escolares".
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A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou uma nova Estratégia Nacional de Testes para o SARS-CoV-2 que indica que os concelhos com mais de 480 casos de Covid-19 por cem mil habitantes vão ter rastreios laboratoriais regulares, com testes rápidos, por exemplo, nas escolas com estudantes do ensino secundário e nos lares de idosos.
Ouvido pela TSF, o presidente da Associação Nacional de Diretores e Agrupamentos de Escolas Públicas, Filinto Lima, refere que esta nova estratégia de testagem da DGS será positiva, quando as escolas reabrirem, mas preferia que se apostasse na vacinação dos professores e auxiliares e "até para começarmos a ganhar a confiança das comunidades escolares".
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Do ponto de vista de Filinto Lima, é positivo "tudo o que seja testar, para que, de facto, se possa detetar precocemente situações de possível infeção".
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Sobre os lares de idosos, o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Lino Maia, aplaude a medida e a capacidade de resposta da DGS. "Quanto mais testes houver, melhor. Aliás, quando se deteta um caso positivo de alguém num lar, imediatamente a DGS tem atuado e já está a sistematizar testes, se não com a periodicidade semanal, quase", adianta à TSF.
Lino Maia explica que "multiplicar testes é, de facto, importante porque num lar basta haver um contaminado que logo se propaga por todos".
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Já o presidente da Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos, João Ferreira de Almeida, tem dúvidas sobre o rastreio dos casos positivos que surgirem, mas também considera positivo aumentar o nível de testagem.
Também ouvido pela TSF, João Ferreira de Almeida sublinha que a testagem está a ser feita, "uma vez por mês" e que "aumentar este ritmo de testagem é sempre bom". Contudo, tem dúvidas se há "capacidade ou não de fazer o rastreio dos contactos dos casos positivos que aparecerem".
O presidente da associação de lares de idosos lembra que, "há umas semanas, já estava difícil, com os testes que estavam a ser feitos. Se aumentarmos muitos os testes, as dificuldades serão ainda maiores. Espero que se tenha pensado nisso e que se tenha arranjado uma solução".
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João Ferreira de Almeida também tem dúvidas sobre se os idosos já vacinados devem, ou não, ser testados. "Não vi referido em lado nenhum se, em idosos ou outras pessoas já vacinadas, tem sentido continuar a fazer testes", afirma.
Sobre o ponto de situação nos lares, João Ferreira de Almeida avança que "há casos pontuais ainda por vacinar e há os casos em que, havendo surtos, não se vacinou, porque tem de se esperar que o surto desapareça para então depois vacinar".
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