Thomas Cook. Hoteleiros do Algarve querem fundo para compensar prejuízos de milhões
Elidérico Viegas garante que os hoteleiros vão sempre reclamar a dívida à massa falida do operador turístico britânico, mas sem grande esperança: "A hipótese de recuperar estes montantes é nula".
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Há hotéis que têm por reaver do operador turístico britânico Thomas Cook perto de dois milhões de euros. Os hoteleiros defendem a criação de um fundo de compensação financeiro para fazer face à crise. Nos últimos dias, a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) tem contactado os seus associados um a um para perceber a dimensão do problema causado pela falência da Thomas Cook.
Segundo o presidente da AHETA, confirmam-se os receios iniciais."Há situações díspares de hotéis que têm dívidas perto dos dois milhões de euros e outros que têm pouco mais de mil euros", adianta Elidérico Viegas.
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Estes montantes dizem respeito, sobretudo, aos meses de julho e agosto, já não estando a ser contabilizados os prejuízos com as férias agendadas para os próximos meses e que foram canceladas.
Elidérico Viegas garante que os hoteleiros vão sempre reclamar a dívida à massa falida do operador turístico britânico, mas sem grande esperança: "A hipótese de recuperar estes montantes é nula".
"Em todos os casos semelhantes ao longo dos últimos 50 anos nunca os hoteleiros recuperaram algum montante através da massa falida", sublinha.
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Por esse motivo, a AHETA defende que o Governo português devia pensar numa forma de compensar os hotéis."O governo devia criar uma espécie de fundo de compensação para que as empresas lesadas pudessem ter acesso a financiamento neste período de estação baixa que se avizinha", adianta.
Uma atitude que, de acordo com os hoteleiros, poderia minimizar as ondas de choque provocadas por uma falência que está a afetar o setor turístico em Portugal e em todo o mundo.