Mayan referiu que o plano de vacinação "ainda não está claro" quanto aos profissionais do setor privado e social.
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O candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves mostrou-se hoje preocupado com a resposta aos problemas de saúde não Covid-19 e com as cirurgias e diagnósticos que estão a ser deixados para trás.
No último dia de campanha eleitoral o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL) voltou a um dos temas que elegeu como bandeira e, após uma reunião 'online' com o Hospital Lusíadas Porto, alertou para a resposta aos problemas de saúde não Covid-19.
"Também, neste momento, os hospitais privados estão a ter o seu foco no combate direto aos problemas de saúde Covid-19 e estão a ser deixados para trás cirurgias não urgentes e diagnósticos e isto, a médio prazo, poderá ser muito preocupante em termos do impacto na saúde das pessoas", salientou.
Tiago Mayan Gonçalves apontou os "diagnósticos que não estão a ser feitos e que implicarão impactos muito mais severos na saúde desses doentes".
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"Isso também determina que é absolutamente necessário reconceber o sistema de saúde e incluir os privados no que terá que ser a resposta pós pandemia aos problemas de saúde dos portugueses e, finalmente, conceber o sistema como um sistema integrado que tenha oferta pública, social e privada junta no combate às listas de espera e na capacidade de fazer os diagnósticos precoces de todas as doenças", sublinhou.
O candidato que, reiteradamente tem defendido o recurso a toda a capacidade instalada de saúde no país, incluindo a privada e social, afirmou, após a videoconferência com aquele grupo hospitalar, que sempre que "os privados foram chamados a contribuir para o combate à pandemia cumpriram de forma imediata, mesmo até objetivamente abaixo do preço de custo e estão a fazer o seu papel no combate à pandemia".
"O grupo Lusíadas, por exemplo, já tem 30% da capacidade hospitalar a Norte dedicada ao combate à pandemia, 36% em Lisboa e Vale do Tejo, e portanto, essa resposta está a ser dada pelos privados. Só agora porque lamentavelmente essa abordagem por parte do Ministério da Saúde chegou tarde e a más hora", frisou.
Profissionais do setor privado ainda não receberam vacina
Tiago Mayan Gonçalves apontou ainda um "grande problema" na falta de capacidade de resposta relacionado com os "recursos humanos que já não são suficientes e que estão a chegar a um esgotamento também".
"Estamos a falar de pessoas que estão a ser levadas ao limite. Há aqui um fator também que não foi acautelado que é a questão dos próprios profissionais de saúde estarem eles mesmos a serem infetados e, portanto, isso retira essa capacidade, pelo menos durante um período de isolamento que tem que cumprir, de resposta desses recursos humanos", referiu.
A vacinação contra a Covid-19 foi outro dos temas abordados e Mayan referiu que o plano "ainda não está claro" quanto aos profissionais do setor privado e social.
"No grupo lusíadas, por exemplo, nenhum dos profissionais de saúde ainda foi vacinado. A informação relativamente a quando vão ser vacinados não está a chegar", frisou.
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Quanto à pandemia disse que o país "chegou a um ponto onde nenhum país europeu chegou, de rotura total e de níveis de infeção e de contágio onde nunca deveria ter chegado".
"Isso significa que estamos a entrar em colapso, não só já na oferta pública, mas em toda a oferta disponível de saúde que já está a chegar a um ponto de pré-rotura em toda a sua capacidade", salientou.
O candidato liberal vai passar o último dia de campanha em teletrabalho e também o comício de encerramento desta corrida eleitoral vai acontecer 'online".