"Tinha uma vaga ideia de quem era..." A mudança de secretário-geral aos olhos dos militantes do PCP
Paulo Raimundo sucede, este sábado, a Jerónimo de Sousa na liderança do Partido Comunista Português. A escolha do nome, desconhecido do público em geral, gerou surpresa na opinião pública. E dentro do próprio partido?
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"Não o conhecia assim muito bem", "como não faço parte do Comité Central, não o conhecia", "tinha assim uma vaga ideia, ouvia falar no nome..." As respostas dos militantes do PCP não variam muito, quando questionados sobre Paulo Raimundo.
Apesar de não ser uma figura muito conhecida do partido, é com naturalidade que os comunistas veem o funcionário do partido, de 46 anos, tomar o lugar de Jerónimo de Sousa, enquanto secretário-geral.
"As pessoas não têm lugar vitalício, nem no PCP é assim. Se o comité central discutiu e chegou à conclusão de que é aquele camarada que vai substituir o Jerónimo de Sousa, eu, como militante, estou de acordo", afirma Adelino, militante do partido, que participa na Conferência Nacional do Partido Comunista, que acontece este fim de semana, em Corroios.
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José, outro militante que marca presença na conferência, vê com bons olhos a chegada de sangue novo: "O PCP precisa de ideias novas. Pode ser que este camarada tenha ideias novas para o partido andar mais para a frente. Isso é que me interessa! Desde que cumpra, é sempre bem-vindo."
Mariana, que faz parte da Juventude Comunista Portuguesa, desvaloriza a falta de presença mediática do novo secretário-geral.
"Acho que o mediatismo não é o mais importante. O partido não é só uma pessoa. O partido não é só o João Ferreira, ou o João Oliveira (...), é o coletivo", defende.
A jovem comunista considera que Jerónimo de Sousa vai, agora, ter o descanso merecido, embora admita algum receio da mudança. "Claro que há sempre um bocado de reticência... mas ele também já estava a precisar de uma pausa. Ajudou bastante o partido, fez o seu papel. O seu grande papel."
Um papel que agora passa a Paulo Raimundo - e, os comunistas não têm dúvidas, a luta pelos trabalhadores vai prosseguir.
"Mesmo com muitas dificuldades, iremos continuar", assegura Adelino. "Não somos um partido eleitoralista, mas não estamos satisfeitos com os resultados eleitorais que tivemos. A luta há de continuar, não é palavra vã."
Se Paulo Raimundo é o homem certo para levar essa luta para a frente? O militante José responde: "Não vamos dizer agora que é bom ou mau. A ideia que a gente tem é que será para continuar o trabalho que foi feito. E, aí, não há mais nada a dizer".
