"Tive o ano de mandato mais difícil da História", afirma bastonário dos advogados
Menezes Leitão fala em falta de ação do Estado e garante que teve de ser a Ordem a agir para responder à pandemia de Covid-19.
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O bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, considera que o seu primeiro ano de mandato à frente da Ordem foi o mais difícil da História. Em declarações à TSF, Menezes Leitão afirma que que não houve qualquer apoio do Ministério da Justiça aos advogados durante a pandemia.
"Talvez tenha sido o ano mais difícil da História da advocacia desde que a Ordem dos Advogados foi formada, em 1926", declara Menezes Leitão.
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"Esta situação colocou imensas dificuldades a todos os advogados e também à Ordem, perante os vários constrangimentos que existiram em termos de proteção da sua saúde - todos os dias tivemos situações de risco nos tribunais -, mas também devido à própria necessidade que a Ordem teve - uma vez que, pelo Ministério da Justiça, não houve apoio nenhum aos advogados - de arranjar ela própria os equipamentos de proteção necessários", aponta.
Luís Menezes Leitão sublinha, por esse motivo, que este foi "um ano de mandato muito exigente".
Com a pandemia a marcar o ritmo, a Ordem dos Advogados colocou em marcha, várias iniciativas.
"O que se estava a passar era que a situação dos lares estava a ser completamente ignorada. Se não tivesse sido, primeiro, a Ordem dos Médicos, e, depois, a Ordem dos Advogados a agir, podíamos não ter tido nenhuma intervenção por parte do Estado relativamente à situação dramática que se estava a verificar", condena o bastonário dos advogados.
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"A partir do momento em que fizemos inquéritos, pelo menos foram estabelecidas brigadas de intervenção rápida para evitar que se passassem as situações que estavam a ocorrer, que era ignorar completamente as infeções relativamente a doentes com grande susceptibilidade de ter uma consequência trágica", defende Menezes Leitão. "Essa continua a ser uma das nosssa grandes preocupações."