"Todos os colegas estão contentes por trabalhar connosco." Ucranianos já estão no mercado de trabalho
A TSF foi conhecer o caso de duas jovens ucranianas que trabalham num restaurante em Quarteira.
Corpo do artigo
Anastasia e Elysabeth saíram da Ucrânia assim que começou o conflito. Viviam na zona central do país, uma zona que já começou a ser bombardeada. Foram acolhidas por uma família ucraniana que vive em Quarteira e foi lá que conseguiram trabalho, através de uma amiga.
"Ela disse-nos que era um País muito seguro. Então viemos para cá procurar trabalho e um apartamento barato para viver", explica Anastasia, com 21 anos. Elysabeth tem 20 anos e ambas conhecem-se desde tenra idade. Vieram com as mães e, no caso de Anastasia, com uma irmã mais pequena. Elysabeth trouxe também a avó.
As jovens estudavam na Ucrânia, agora servem à mesa num restaurante que tem vários estabelecimentos no Algarve, em Lisboa e Porto. António Pinto, o gerente, adianta que pensam contratar mais refugiados ucranianos. "A partir do dia 1 de maio vão entrar mais três refugiados ucranianos e no restaurante de Vilamoura temos outros três."
TSF\audio\2022\04\noticias\27\10_maria_augusta_casaca_ucranianos_ja_trabalham_wav
Todos os dias, as duas jovens olham o mar à frente do restaurante. Mas todos os dias também mostram vontade de voltar à Ucrânia, "o melhor país para se viver na Europa".
Apesar disso, vão-se integrando. "Ao início estavam muito tímidas e traumatizadas, mas a equipa tem feito um esforço por integrá-las e ter algumas atividades fora do horário de trabalho", conta António Pinto.
Anastasia ouve as palavras do gerente e concorda. Embora ambas mostrem tristeza no rosto por terem deixado o seu país de um dia para o outro, e lá terem ficado pais, irmãos e amigos, aqui os colegas fazem tudo para que se sintam bem no país de acolhimento. "Todos os nosso colegas estão contentes por trabalhar connosco e aqui é bom", assegura Anastasia.
As jovens falam inglês e isso ajuda-as a servir às mesas no restaurante, visto que grande parte dos clientes são estrangeiros. "Os nossos colegas estão a ensinar-nos português que é uma língua muito parecida ao ucraniano na pronúncia. Então, é bom para nós." O próximo passo será aprender um português mais fluente. No pouco tempo que por cá andam já sabem algumas palavras. Anastasia ensaia dizê-las: "Bom dia, boa tarde, vou chamar o meu colega e não falo português", diz a rir.
Até esta terça-feira estavam registadas 29.227 vagas/postos de trabalho para refugiados ucranianos no Instituto de Emprego e Formação Profissional - IEFP.
Os principais setores com ofertas de emprego colocadas são tecnologias de informação, turismo e restauração, construção civil, setor social e transportes.
Já foram celebrados 1.385 contratos de trabalho.