A hospitalização domiciliária é uma alternativa ao internamento no hospital e garante que o doente tem, em casa, cuidados idênticos. Não serve para todos os casos, mas será agora possível, em todos os hospitais públicos, ter equipas médicas que vão a casa do doente
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Começou há quase uma década no Hospital Garcia de Orta, em Almada, demonstrou resultados positivos, tanto na satisfação dos doentes, como na eficiência económica e clínica. Desde então, o modelo tem vindo a ser progressivamente alargado, já cobre todo o país e, de acordo com um diploma agora publicado em Diário da República, chega a todos os hospitais públicos.
O que é necessário para aceder à hospitalização domiciliária?
Este tipo de internamento não é indicado para todos os doentes. Para que alguém possa ser tratado em casa, é necessário que existam condições de segurança clínica, instalações físicas adequadas e apoio familiar ou de cuidadores formais. Quando estes critérios são cumpridos, o doente passa a receber visitas diárias ou mais frequentes de uma equipa clínica multidisciplinar, que pode incluir, além de médicos e enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e outros profissionais, consoante as necessidades individuais.
Vantagens para o doente e para o sistema
Para o doente, o conforto do ambiente familiar, a redução do risco de infeções hospitalares e a melhoria na qualidade de vida são algumas das vantagens mais evidentes. Já para o Estado, a economia de recursos é substancial, dado que o custo de um doente em casa é significativamente inferior ao de uma diária hospitalar.
De acordo com estimativas recentes da Direção Executiva do SNS, só no ano passado terão sido evitados quase 110 mil internamentos hospitalares através deste modelo.
Pedro Centeio Ferraz Gameiro é o novo coordenador nacional deste programa, acompanhado por uma equipa de profissionais de saúde de várias regiões do país, de acordo com o Ministério da Saúde.
Este modelo de organização, através dos Centros de Responsabilidade Integrada (CRI), implica que as equipas são remuneradas com base nos objetivos negociados, o que em alguns casos pode duplicar o vencimento dos profissionais envolvidos.