Tortilha à venda em Portugal pode estar ligada a casos de botulismo em Espanha
Não existem, até ao momento, em Portugal, casos de botulismo associados ao consumo dos produtos suspeitos.
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A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) alertou os consumidores para não comerem tortilha de batata fresca pré-embalada, após as autoridades espanholas identificarem cinco casos de botulismo "presumivelmente relacionados" com este consumo.
Não existem, até ao momento, em Portugal, casos de botulismo associados ao consumo dos produtos suspeitos.
Na quinta-feira, as autoridades espanholas anunciaram que foram confirmados cinco casos de botulismo, mais dois classificados como prováveis, "presumivelmente relacionados" com o consumo de tortilha fresca pré-embalada de várias marcas, lê-se numa nota da DGAV.
A Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição esclareceu que em quatro dos casos foi identificado o mesmo fabricante.
Um grupo espanhol decidiu, por precaução, retirar, de forma voluntária, estes produtos do mercado, suspender a sua produção e avisar os consumidores para não consumirem os produtos suspeitos e os devolverem ao local onde foram comprados.
Segundo as últimas informações disponíveis, em Portugal, o produto em causa foi distribuído para três operadores económicos.
Em causa estão as marcas Chef Select (distribuída pelo Lidl), Dia (Minipreço) e Auchan.
"Apesar de os operadores económicos já estarem a proceder à retirada voluntária do produto do mercado, alerta-se os consumidores, por precaução, para não consumirem os produtos em causa e os devolverem aos locais onde os adquiram", vincou.
A DGAV disse ainda que, caso o consumidor destes produtos apresente sintomas como astenia acentuada (fadiga, perda ou diminuição da forma física), fraqueza e tonturas, visão turva e dificuldade a engolir e falar deve dirigir-se ao respetivo centro de saúde ou contactar a linha Saúde 24.
A DGAV é um serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa.
Em declarações à TSF, o inspetor-geral da ASAE garante que não há razões para alarme social.
"A situação está bem identificada e controlada. Ainda antes mesmo das nossas notificações, já tinha havido intervenção dos agentes económicos entre eles", justifica.
Pedro Portugal Gaspar explica que a intervenção foi feita de forma "atempada" e está "devidamente identificada".
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"O que nós fizemos em termos de comunicado é a chamada comunicação de risco, que é para, no caso de alguém ter consumido ou alguém ter adquirido e não tenha essa informação, saber em situações de perigo ou no caso de uma ocorrência, que cuidados deve ter relativamente ao produto em questão", esclarece.
O inspetor-geral da ASAE aconselha os consumidores a ligarem para a linha de saúde 24 caso apresentem sintomas como "náuseas, más disposições, dores de cabeça e situações de vómitos" após a ingestão deste produto.
Ainda assim, Pedro Portugal Gaspar afirma não acreditar "chegar ao ponto" de ter de ser feito um despiste junto da autoridade de saúde.
"Mas estou em crer - até porque a intervenção foi feita desde sexta-feira logo de imediato mal houve o primeiro contacto e ganhou-se o tempo do fim de semana - que a situação terá ficado bem identificada junto dos operadores que colocam o produto no mercado e eles próprios já tinham feito essa indicação antes de a ASAE chegar", adianta.