O sindicalista Vítor Reis não excluiu mesmo a hipótese de novos protestos até porque está longe o entendimento sobre a transferência de competências da câmara para as freguesias. O autarca António Costa diz já não poder fazer mais nada.
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Os trabalhadores da câmara de Lisboa decidiram, esta terça-feira, manter a greve prevista para a próxima semana e que deverá afetar, em particular, a recolha de lixo na capital.
Após uma reunião com o autarca António Costa, o sindicalista Vítor Reis não excluiu a hipótese de novos protestos até porque está longe o entendimento sobre a transferência de competências dos serviços centrais da câmara para as freguesias.
«Não concordamos com este desmantelamento da câmara municipal e com a transferência de 1800 trabalhadores para as justas de freguesia. Esta é a questão de fundo que nos divide», adiantou Vítor Reis, em declarações à TSF.
Este sindicalista disse ainda não concordar com a «forma como é garantido o vínculo à câmara de Lisboa» defendida por António Costa, que defende uma ida em definitivo para as freguesias, embora admita um eventual regresso à autarquia.
Entretanto, António Costa disse não poder fazer mais nada para demover os trabalhadores da autarquia e que já não faz sentido discutir a descentralização e transferência de competências, uma vez que a questão foi aprovada em vários órgãos de soberania.
Ouvido pela TSF, o autarca de Lisboa lembrou que o «direito à greve é um direito legítimo por parte dos trabalhadores» e que não há possibilidade de resolver a divergência de fundo com os sindicatos em relação à descentralização.
Para António Costa, faz sim sentido discutir as «garantias de que a plenitude dos direitos dos trabalhadores serão em todas as circunstâncias integralmente preservadas» e disse estar disponível para as discutir com os sindicatos mesmo achado que estas já são suficientes.
Está marcada uma greve para 26 de dezembro para todos os trabalhadores da autarquia e de 24 a 28 de dezembro para todos os trabalhadores da limpeza urbana. De 24 de dezembro a 5 de janeiro está marcada uma greve ao trabalho extraordinário.