No próximo mês haverá uma greve de 24 horas no dia 11, e, na semana seguinte, entre 15 e 19 de julho, os trabalhadores da Carris vão fazer greves parciais
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Os trabalhadores da Carris marcaram novas greves para julho. A decisão foi tomada por unanimidade, num plenário que contou com centenas de funcionários. Assim, no mês de julho, haverá uma greve de 24 horas no dia 11, e, na semana seguinte, entre 15 e 19 de julho, os trabalhadores da Carris vão fazer greves parciais, nas duas horas de início e fim de cada turno.
Em declarações à TSF, o sindicalista da Fectrans, Manuel Leal, recorda os motivos do protesto.
"Os trabalhadores não têm os seus vencimentos atualizados já há praticamente 20 anos. As atualizações que ocorreram foram sempre inferiores àquilo que é a inflação e também a exigência da evolução que admitimos, mesmo faseada para as 35 horas semanais, com inclusão dos tempos de deslocação no horário de trabalho dos trabalhadores", explica à TSF Manuel Leal.
Os trabalhadores da Carris têm estado em greve esta semana. Esta quinta e sexta-feira, vão estar parados nos turnos da noite e madrugada. Manuel Leal acredita que a adesão vai continuar a aumentar.
"Aquilo que perspetivamos é a continuação deste número enorme de adesão da parte dos trabalhadores a esta forma de luta. Aliás, ontem, de forma muito viva, demonstrada no plenário, com um enorme número de presenças, como já há muito tempo não tínhamos", acrescenta.
Em plenário geral no dia 15 de maio, os trabalhadores da Carris manifestaram o descontentamento quanto às negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUO/FECTRANS) e o Conselho de Administração (CA) da empresa e reformularam a sua proposta para os aumentos salariais.
Desta forma, o STRUP reformulou a proposta de aumento para 100 euros (inicialmente a proposta era de 150 euros) na tabela salarial e 15 euros diários no subsídio de refeição.
O sindicato considera que, depois de a empresa ter reconhecido que teve um lucro de 9,5 milhões de euros em 2023, "justifica-se e exige que [esse lucro] seja repartido pelos trabalhadores, nomeadamente na melhoria dos seus salários, porque objetivamente, houve um aumento de produtividade que tem obrigatoriamente de se fazer sentir na grelha salarial dos profissionais da Carris".
Além da atualização salarial e do aumento do subsídio de refeição, os trabalhadores da Carris pedem a redução do horário de trabalho para as 35 horas (incluindo no horário de trabalho as deslocações de e para os locais de rendição), o aumento dos dias de férias e que as baixas médicas deixem de contar para a retirada da majoração das férias.
Exigem também a atribuição do passe gratuito para a Área Metropolitana de Lisboa, a fixação de serviços seguidos ao fim de semana, a prevenção dos riscos profissionais e respetivas compensações aos trabalhadores.
A Carris, sob gestão da Câmara Municipal de Lisboa, é uma empresa de transporte público rodoviário coletivo de passageiros da cidade de Lisboa.