Os enfermeiros que trabalham nesta linha denunciam a chegada de novos trabalhadores para substituir os que não aceitam a redução do seu ordenado. A administração diz que está a contratar mais enfermeiros por causa do aumento de utilizadores do serviço.
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Os trabalhadores da Linha Saúde 24 admitem, pela primeira vez, recorrer à greve em protesto contra os cortes salariais propostos pela administração.
Os enfermeiros, que se reúnem em plenário a 2 de janeiro, denunciam a chegada de novos trabalhadores «sem qualquer experiência nesta área» para substituírem aqueles que não aceitarem a descida do seu ordenado.
«A administração tem intensificado aquilo que é a pressão individual a cada um dos enfermeiros para assinar um documento em que aceita esta baixa de salário», explicou um elemento da comissão de trabalhadores da Linha Saúde 24.
Em declarações à TSF, Tiago Pinheiro explicou que está em causa um redução de 20 por cento do ordenado e um corte de 50 por cento nas horas extraordinárias e noturnas, uma medida que não é aceite por 300 dos 400 trabalhadores da Linha.
«Estamos dispostos a todas as formas de luta que permita que a Linha Saúde 24 seja digna para quem lá trabalha e que seja digna para quem confia no serviço», acrescentou Tiago Pinheiro.
Este elemento da comissão da comissão de trabalhadores da Linha Saúde 24 admite o recurso a «todas as formas de luta que nos forem necessárias para que a empresa pelo menos tenha a bondade de negociar conosco».
Tiago Pinheiro avisou ainda que uma greve poderá colocar mesmo em causa este serviço que prestou ajuda a cinco milhões de portugueses em seis anos.
Contactada pela TSF, a administração da Linha Saúde 24 explicou que está a contratar mais 60 enfermeiros devido ao aumento de utilizadores deste serviço nesta altura do ano e garantiu que não está em causa a substituição de profissionais.
Os responsáveis deste serviço adiantaram ainda que mantêm reuniões com o Sindicato dos Enfermeiros para tentar chegar a acordo com os trabalhadores da Linha Saúde 24.
A empresa assegura ainda que está a cumprir todas as regras definidas com o Estado para o atendimento ao público e garante que todos os contratados tem mais de dois anos de experiência em contexto hospitalar ou de cuidados primários.