Trabalhadores da Petrogal preocupados com futuro das refinarias. Greve dura há 34 dias
Comissão de Trabalhadores entende que as suas reivindicações têm sido ignoradas.
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O futuro das refinarias do Porto e de Sines é algo que preocupa os trabalhadores da Petrogal. Em declarações à TSF, acusam a administração da empresa de estar a negligenciar a gestão daquelas que são as maiores instalações industriais do país.
Hélder Guerreiro, da Comissão de Trabalhadores da Petrogal, explica que além da greve, também o incêndio que ocorreu há 15 dias na refinaria do Porto veio agravar a situação. A ocorrência obriga a uma paragem da laboração, para reparações, de até dois meses.
"Foi uma serpentina numa fornalha que abriu numa unidade de platforming. O forno tem serpentinas lá dentro, abriu e provocou um pequeno incêndio. Essa unidade é central da refinaria do Porto", quase como se fosse um "coração" e, sem ela, o trabalho de todas as outras unidades é posto em causa, explicou Hélder Guerreiro.
No Porto, os trabalhadores estão em greve desde o início do ano, em defesa do acordo de empresa. Na refinaria de Sines também já houve uma paragem provocada por este protesto que, admitem os funcionários, pode ser prolongada até março.
"A adesão nas unidades operacionais tem sido elevada. Varia de turno para turno, como é óbvio não é uniforme, mas estimamos que a adesão ande nos 80% nas unidades operacionais", explica o membro da Comissão de Trabalhadores. A decisão de prolongar, ou não, a greve será tomada a 8 de fevereiro, data para a qual está marcado um plenário de trabalhadores. Caso a greve se prolongue mesmo, Hélder Guerreiro é claro: "poderá colocar em causa o abastecimento de alguns combustíveis."
Para evitar esta paralisação, a administração da Petrogal e o Governo devem, defende o representante dos trabalhadores, parar de ignorar as reivindicações dos grevistas.
"Estamos a falar de uma empresa que é determinante para o país e que é a maior exportadora nacional. Incrivelmente - ou irresponsavelmente - o Governo tem feito 'orelhas moucas' a esta luta e à razão que assiste aos trabalhadores", lamenta Hélder Guerreiro. Os trabalhadores estão em greve há 34 dias.