Trabalhadores da refinaria de Matosinhos convictos da reversão do encerramento

Amin Chaar / Global Imagens
Trabalhadores estranham o silêncio do autarca do Porto, Rui Moreira, que dizem ter saído em defesa da região "noutras situações equiparáveis".
Os trabalhadores da refinaria da Galp em Matosinhos saíram da reunião com a administração da empresa sem novidades, mas ainda convictos de que vão conseguir reverter a decisão de encerramento do complexo. Em declarações à TSF, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadores do Norte aponta até algum desconforto com a mobilização que tem sido feita em defesa dos postos de trabalho.
A administração garante que o encerramento "é uma decisão fechada", mas Telmo Silva diz que é possível notar que "existiu uma tomada de decisão muito precipitada" e que há agora uma avaliação "do impacto dos produtos que vão deixar de ser produzidos" e do custo da sua importação.
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Telmo Silva realça também que os administradores "não estavam à espera de uma resposta como a que estão a ter por parte dos trabalhadores", algo que está a dar motivação para "continuar nesta senda e reverter a decisão".
Plenário junto à câmara do Porto a 25 de fevereiro
O silêncio de Rui Moreira também surpreende estes trabalhadores, que realizam no dia 25 de fevereiro um plenário "com todos os trabalhadores e famílias junto à câmara municipal do Porto".
Telmo Silva diz mesmo não entender porque é que o autarca "até hoje não teceu qualquer declaração" sobre uma decisão que "vai empobrecer o Norte do país e afetar o Porto".
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"Noutras situações equiparáveis foi o primeiro a sair em defesa da região Norte do país", aponta o dirigente sindical. "Queremos a continuação da refinaria a trabalhar, a modernizar-se, a criar riqueza para o país e a manter rendimento à população, trabalhadores e região", reforça.
A Galp anunciou em dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano.
A decisão põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos, conforme estimativas dos sindicatos.
Depois de um plenário de trabalhadores junto à Câmara Municipal de Matosinhos a 12 de janeiro, estes manifestaram-se a 02 de fevereiro em frente à sede da Galp e à residência do primeiro-ministro, António Costa, em Lisboa.
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.