Trabalhadores da saúde em greve para combater "condições de trabalho degradantes"
Em declarações à TSF, Matilde Pereira, dirigente sindical, adianta que o protesto abrange todos os profissionais do setor, independentemente do vínculo laboral, carreira ou filiação sindical.
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Os técnicos auxiliares de saúde estão em greve desde a meia-noite desta sexta-feira para exigir a valorização da carreira e a negociação do acordo coletivo de trabalho.
Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), a greve, de âmbito nacional, decorre pelo período de 24 horas.
Segundo a federação, os trabalhadores exigem a "valorização da sua carreira profissional, criada há dois anos, mas sem o reconhecimento da sua importância enquanto carreira especial do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Os técnicos auxiliares de saúde “estão cansados de discursos e palavras bonitas” sem que se verifiquem ações concretas para a valorização e dignificação da sua carreira, salienta.
“Vinte e nove mil trabalhadores são muitos trabalhadores para continuarem invisíveis”, defende a federação em comunicado, salientando que o novo Governo não pode continuar a ignorá-los “e a menosprezar a sua importância no SNS e na garantia da qualidade dos cuidados prestados à população”.
Esta sexta-feira também tem início uma greve de todos os trabalhadores da saúde às horas extras e às cirurgias adicionais, no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que se prolonga até 31 de dezembro.
A greve, convocada pelo Sindicato Nacional do Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), visa exigir a reposição dos pontos do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP), “retirados aos trabalhadores como contagem de tempo de serviço para efeito de progressão remuneratória”
Em declarações à TSF, Matilde Pereira, dirigente sindical, adianta que o protesto abrange todos os profissionais do setor, independentemente do vínculo laboral, carreira ou filiação sindical.
Os trabalhadores lamentam as "condições de trabalho degradantes" e reivindicam “a regularização das avaliações do desempenho”, o reconhecimento da Carreira do Técnico Auxiliar de Saúde como profissão de desgaste rápido, numa altura em que circulam várias "notícias de agressão a pessoal da ação médica", a contratação "urgente" de profissionais para "combater a sobrecarga de trabalho e o recurso excessivo a turnos suplementares" e aplicação do subsídio de risco.
Matilde Pereira adiantou igualmente que os efeitos desta greve poderão ser sentidos sobretudo em hospitais, dado que, por exemplo, os profissionais que fazem "mais de 16 horas consecutivas" poderão "fazer só o horário normal".
Os serviços mínimos serão garantidos nos serviços que funcionem ininterruptamente nos tratamentos de quimioterapia e hemodiálise já anteriormente iniciados.
