Os trabalhadores da Triumph estiveram esta quinta-feira à porta do Conselho de Ministros, em Lisboa, para entregar uma peça de "lingerie" ao Governo e pedir em troca ajuda para a sua situação.
Corpo do artigo
A peça de lingerie chegou num saco para evitar olhares indiscretos. Não era um soutien nem uma tanga, mas um cinto de ligas vermelho que os trabalhadores da Triumph entregaram esta manhã aos ministros, em Lisboa.
A iniciativa foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Curtumes do Sul. Em declarações à TSF, a sindicalista Mónica Antunes disse que o objetivo é "sensibilizar o Governo para tomar conta da nossa situação que está a ser drástica".
TSF\audio\2018\01\noticias\18\jose_milheiro_12h
A fábrica da antiga Triumph, sediada na freguesia de Sacavém, concelho de Loures, foi adquirida no início de 2017 pela TGI-Gramax e emprega atualmente 463 trabalhadores que estão com 50 dias de ordenado em atraso e sem subsídio de Natal.
Em novembro, a administração da empresa comunicou que iria ocorrer um processo de reestruturação, que previa o despedimento de 150 pessoas. Já no início de janeiro deste ano, depois de tomarem conhecimento de que a administração tinha iniciado um processo de insolvência, os trabalhadores começaram uma vigília à porta das instalações para impedir a saída de material da fábrica.
"Nós não temos ainda direito ao subsídio de desemprego porque para termos direito tínhamos de suspender o nosso contrato de trabalho. Mas ao suspender o contrato de trabalho as nossas indemnizações iam ficar suspensas e a aquisição do fundo de garantia salarial também ficava suspenso. Queríamos ver se não chegávamos a isso", explicou Mónica Antunes.
Na terça-feira, o ministro da Economia disse esperar que se encontre uma "solução", admitindo a existência de interessados na fábrica, mas caso não seja possível "que, pelo menos, se acautele os direitos dos trabalhadores".