Trabalhadores da Trust in News apelam a apoio para “preservar títulos e garantir postos de trabalho”
À TSF, a delegada sindical da Visão adianta que os trabalhadores ainda não receberam o salário de outubro
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Os trabalhadores da Trust in News ainda não receberam o salário de outubro e estão desde junho sem receber o subsídio de alimentação, revelou esta segunda-feira a delegada sindical da Visão, Clara Teixeira, em declarações à TSF. Perante o cenário que se vive, os trabalhadores decidiram lançar “um apelo público” a toda a sociedade para “preservar títulos de informação e garantir postos de trabalho”.
A Trust in News, que detém 16 títulos, entre os quais a Visão, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Caras, Ativa, TV Mais, viu o seu Processo Especial de Revitalização (PER) ser reprovado em 5 de novembro, tendo em 12 de novembro a administração liderada por Luís Delgado anunciado a sua intenção de apresentar um plano de insolvência, requerendo já a convocação de uma assembleia de credores para apresentação e fundamentação de um plano de recuperação.
“Apesar da sua dedicação e profissionalismo, os trabalhadores veem cada vez mais ameaçadas marcas históricas do jornalismo português, pilares da democracia”, lê-se no comunicado dos órgãos representativos dos trabalhadores. Além do apelo, Clara Teixeira explicou que os trabalhadores pediram ao acionista e administrador da Trust in News, Luís Delgado, o pagamento da totalidade dos salários e subsídios em atraso.
Os trabalhadores da TiN continuam comprometidos e inteiramente focados na missão de informar, com rigor e isenção, e na procura de soluções de futuro para estas publicações.
O comunicado é assinado pela Comissão de Trabalhadores da Trust in News, os delegados sindicais da Visão, o delegado sindical do Jornal de Letras, os conselhos de redação da Visão, Caras e Activa.
O PER da Trust in News foi reprovado em 5 de novembro, com os votos da Autoridade Tributária (AT) e da Segurança Social, depois de a administração ter informado os trabalhadores de que tal iria acontecer.
"O plano da devedora", a TIN, "encontra-se reprovado", lê-se na informação enviada ao tribunal pelo administrador judicial provisório, em 5 de novembro, que detalha que o 'chumbo' resultou dos votos dos "credores cujos créditos correspondem a 61,16% do total dos créditos reconhecidos, correspondendo a 68,03% dos votos emitidos (apurando-se a abstenção em 10,10% do total)".
Os créditos reconhecidos ascendiam a quase 33 milhões de euros (32.940.709,87 euros) e votaram contra cerca de 20 milhões de euros (20.148.007,16 euros).
Entre os credores que votaram contra o plano de revitalização estão a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), com um total de créditos reconhecidos de 8.125.545,20 euros, e o Instituto da Segurança Social (ISS), com 8.979.252,35 euros.
