Trabalhadores de Call Center querem que a profissão seja considerada de desgaste rápido
O Sindicato dos Trabalhadores de Call Center exige mais higiene e segurança no trabalho. A organização pretende ainda que a profissão seja considerada de desgaste rápido.
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«Uma das grandes bandeiras é a higiene e segurança no trabalho» em 'call center', frisou Paula Lopes, presidente do sindicato recentemente criado, referindo que, em locais onde «se trabalha 24 sobre 24 horas», a limpeza «é parca», encontrando-se «pulgas e ácaros» no local de trabalho.
A dirigente sindical recordou que a presença de alcatifa, as condições das mesas, cadeiras e computadores, e a questão de 200 ou 300 pessoas a trabalharem no mesmo espaço, leva a que sejam necessárias alterações nessa área.
Para além dessa questão, o Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC) está a promover uma petição para que a profissão seja reconhecida como de «desgaste rápido», defendendo um limite de «trabalho em linha» de seis horas diárias e uma pausa de «seis minutos por hora», disse à agência Lusa Paula Lopes, que falava à margem da apresentação do sindicato em Coimbra, nas cantinas azuis da Universidade de Coimbra.
Os trabalhadores de 'call center' têm «tendinites constantes, problemas de visão, de audição e problemas nas costas», salientou Paula Lopes, referindo também que o trabalho tem implicações «na questão psíquica».
«Há esgotamentos, stress e ataques de pânico» resultantes da «pressão» exercida pelas chefias para serem cumpridos objetivos ou da «pressão do próprio cliente», referiu, explanando que é recorrente os trabalhadores «terem contratos semanais, quinzenais ou mensais», aumentando a pressão sentida.
O sindicato lançou uma petição pública para ver as suas reivindicações discutidas na Assembleia da República, mas também para «transmitir a mensagem para a opinião pública», afirmou.