Trabalhadores de empresa que gere bares de comboios da CP reivindicam salários em falta
O porta-voz dos trabalhadores da Apeadeiro 2020 acusa o dono de má-fé e de acumular prejuízos e erros de gestão.
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Ao décimo dia de greve, cerca de uma centena de trabalhadores da Apeadeiro 2020, a empresa que gere os bares dos comboios da CP, bateram com o nariz na porta quando, esta sexta-feira de manhã, se deslocaram ao concelho de Estarreja em protesto. Os funcionários reuniram-se em frente a uma confeitaria que pertence ao mesmo patrão para reivindicar o pagamento do salário de fevereiro e parte do de janeiro, que em alguns casos ainda está em falta.
Luís Batista, porta-voz destes trabalhadores, acusa o dono da empresa Apeadeiro 2020 de má-fé e de acumular prejuízos e erros de gestão.
"O dono da empresa que explora este serviço a mando da CP é aqui de Estarreja e tem aqui também uma confeitaria. Então viemos aqui apresentar-nos para exigir ao nosso patrão que pague os salários aos 135 trabalhadores e que nos tire deste buraco e desespero, fruto da sua gestão danosa que põe em causa não só o futuro da Apeadeiro 2020, mas também o serviço público que prestamos todos os dias nos comboios da CP", explicou à TSF Luís Batista.
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A Apeadeiro 2020 emprega 130 pessoas. Luís Batista é um desses funcionários e garante que, de dia para dia, o serviço prestado aos passageiros da CP é cada vez mais degradante.
"Desde fevereiro a qualidade do serviço também se foi degradando, fruto do facto de a empresa não comprar nem colocar à disposição os produtos que são necessários para vender aos passageiros. Chegámos ao cúmulo de, no fim do mês de fevereiro, nem água potável termos para vender aos passageiros. A existência de água potável no comboio é uma obrigação da empresa Apeadeiro 2020, mas também da CP", acrescentou o porta-voz destes trabalhadores.
Na confeitaria, em Estarreja, que pertence ao mesmo dono, a porta está fechada esta sexta-feira. Os trabalhadores da Apeadeiro 2020 esbarraram no silêncio do patrão, mas prometem continuar a lutar e pedem à CP que denuncie o acordo com a empresa e que assuma todos os postos de trabalho que estão em causa.