Sindicato denuncia que trabalhadores do Metro foram impedidos de fazer greve no posto
Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, que estão em greve desde as 6h00, estão a ser impedidos de fazerem greve no seu posto de trabalho, afirmam a Fectrans.
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"Nesta altura [o metro] está parado. Significa que os trabalhadores aderiram à greve, embora a empresa tenha tentado utilizar atitudes que não são habituais, nomeadamente impedir os trabalhadores de fazerem a greve no seu posto de trabalho e utilizar a policia para retirar trabalhadores do interior das estações. Independentemente destes problemazinhos, é um facto que o metro está parado", disse Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
De acordo com Anabela Carvalheira, a polícia retirou trabalhadores das instalações. "No Colégio Militar tínhamos trabalhadores que estavam em piquete de greve dentro das instalações e a polícia tirou-os de lá por ordem do conselho de administração", contou.
A sindicalista da Fectrans disse também que em todas as estações há um vigilante a perguntar se as pessoas estão em greve e, se estiverem, não os deixa entrar.
"Se estiver em greve, o vigilante diz que estes só podem entrar depois das 9h30", indicou, acrescentando que o sindicato vai denunciar a situação.
No que diz respeito aos números de adesão à paralisação, Anabela Carvalheira disse, cerca das 8h30, que "ainda não é possível", porque há trabalhadores que entram em greve a partir das 9h30. "No entanto posso dizer que são níveis de adesão muito elevados, senão tinham colocado o metro a andar", afirmou.
Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa cumprem uma greve parcial entre as 6h00 e as 9h30, por reivindicações salariais, prevendo a empresa que o serviço de transporte seja retomado a partir das 10h00.
Os representantes dos trabalhadores justificam a greve parcial com a discordância com a proposta de atualização salarial plurianual de 24,50 euros para os anos de 2018 e 2019, apresentada aos representantes sindicais na quarta-feira pelo Conselho de Administração da empresa.
Os sindicatos defendem que o aumento proposto de 24,50 euros deverá valer apenas para 2018, com retroativos a 1 de janeiro.
Os trabalhadores já estão a realizar, desde o dia 9, uma greve ao tempo extraordinário.