Para os trabalhadores do Novo Banco, as notícias em torno da auditoria têm sido prejudiciais à imagem da instituição bancária. A comissão de trabalhadores defende mesmo que a polémica tem servido de arma de arremesso entre partidos políticos e diz temer pelo futuro.
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Os trabalhadores do Novo Banco vão pedir audiências às mais altas instâncias do país. A comissão de trabalhadores da instituição bancária quer ser ouvida por Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, Mário Centeno e ainda por todos os partidos com assento parlamentar. Rui Geraldes, coordenador dos representantes dos cinco mil trabalhadores do banco, diz estar preocupado e explica que o ruído mediático em torno da instituição coloca em causa o futuro dos funcionários.
"É fundamental alertar todas as entidades oficiais e os partidos políticos que o banco, com estas constantes notícias negativas, está a ser minado na sua credibilidade e confiança", começa por dizer Rui Geraldes, em declarações à TSF. O coordenador dos representantes dos trabalhadores do banco considera que "a banca é um negócio de confiança", e que, por isso, "acabando a confiança, acaba o negócio, e é importante que todos percebam isto".
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"É importante que todos percebam que estamos a pôr em causa cerca de cinco mil postos de trabalho diretos", vaticina Rui Geraldes, que não deixa de lembrar o peso da instituição nas contas do investimento em Portugal. "Há que destacar a importância que o Novo Banco tem tido para a economia em geral, principalmente no apoio às PME e particulares."
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Rui Geraldes não ficou surpreendido com as primeiras conclusões conhecidas da auditoria ao Novo Banco e receia que a pandemia e as notícias sobre a instituição piorem um cenário já difícil para os funcionários. Haverá "brevemente uma reunião com a administração do Novo Banco para ouvirmos o que o banco tem a dizer sobre o plano de médio prazo", conta, sobre o momento em que os trabalhadores vão ficar a conhecer as intenções da administração no que diz respeito ao quadro de pessoal. "Ainda não temos números. Sabemos que está iminente o encerramento de alguns balcões."
Receoso pelas consequências laborais das constantes notícias acerca da instituição, Rui Geraldes argumenta que a divulgação da auditoria tem servido os interesses dos diferentes partidos. "O que veio a público sobre a auditoria não nos parece trazer nada de novo. Mais uma vez, está a servir de arma de arremesso entre os diversos partidos políticos, o que vem prejudicar a atividade do banco."