Paralisação dos trabalhadores de handling pretende exigir ao Governo medidas contra a precariedade laboral.
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Nos dias 1, 2 e 3 e julho, os trabalhadores dos serviços de assistência nos aeroportos (handling) vão estar em greve. O pré-aviso foi anunciado hoje pelo SITAVA, Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos.
"Perante a passividade do Governo, não resta aos trabalhadores outra alternativa que não seja lutarem pelos seus postos de trabalho, pelas suas empresas, pela sua sobrevivência", disse o presidente do sindicato.
Fernando Henriques esclareceu que o pré-aviso abrange as empresas Groundforce e Portway, mas também todos os trabalhadores de empresas de trabalho temporário e prestadoras de serviço que atuam na área do 'handling'.
Atualmente, segundo o SITAVA, há cerca de 5.000 trabalhadores deste setor em Portugal e o sindicato representa 1.300.
O SITAVA pretende que o Governointervenha no setor para impedir a operação da empresa Groundlink, que presta serviços de 'handling' para a Ryanair, uma vez que essa atua de forma "fraudulenta" e não cumpre os direitos dos trabalhadores, que operam em condições abaixo das praticadas nas outras empresas do setor.
Segundo o sindicato, é essa situação que está na origem no despedimento coletivo de 256 funcionários que a Portway - integrada na Vinci - está a levar a cabo, uma vez que, diz o dirigente sindical, a Groundlink atua em "concorrência desleal" ao não cumprir as regras do setor.
Ainda assim, o sindicato também lança críticas à Vinci, afirmando que este é "já o terceiro despedimento coletivo" que a empresa leva a cabo desde que ganhou a concessão da ANA -- Aeroportos de Portugal, a gestora dos aeroportos, uma vez que despediu 12 trabalhadores de uma função especifica no aeroporto de Faro e tem também a decorrer as rescisões com 21 trabalhadores de apoio a pessoas de mobilidade reduzida que estão na empresa há 8 anos e para os quais a empresa está a "mandar cartas de despedimento para não os integrarem".
Por fim, o SITAVA exige que o Governo anule o despacho do anterior executivo, de Passos Coelho, que permitiu um terceiro operador de 'handling' no aeroporto de Lisboa, cumprindo aliás a recomendação que foi aprovada no parlamento a 31 de março, por Partido Socialista, PCP, Bloco de Esquerda e PEV.
Questionado em conferência de imprensa sobre o que poderá evitar a greve, o presidente do SITAVA referiu que para isso é preciso que o Governo tome ações e pare os processos em curso até 30 de junho.