Trabalhadores dos Estaleiros de Viana reúnem-se segunda-feira com presidente da empresa
O coordenador da Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo vai ser recebido na segunda-feira pelo novo presidente da empresa.
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Segundo adiantou António Barbosa à agência Lusa, este primeiro encontro, que ainda não tem hora marcada, foi solicitado pelo novo presidente do Conselho de Administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), Jorge Camões, e decorrerá na empresa, em Viana do Castelo.
«Não espero nada de especial deste encontro, porque não é uma reunião formal. Fui chamado porque o presidente quer explicar o porquê de não nos ter recebido na Empordef, na acção que fizemos à porta», acrescentou à agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores.
Na sexta-feira, mais de 450 trabalhadores dos ENVC promoveram uma manifestação em Lisboa, que culminou à porta da Empordef, accionista único em nome do Estado, com a aprovação de uma moção contendo propostas para a viabilização da empresa.
No mesmo dia, a Empordef reuniu em assembleia-geral naquele edifício, mas a moção acabou sendo entregue ao porteiro do edifício onde funciona a holding do Estado para as indústrias da Defesa.
O documento, explica, contém «propostas concretas que provam que é possível evitar os despedimentos». A saída de trabalhadores, «a existir», reclamam que seja para quem tem «mais de 55 anos» e «que possam ir previamente para a reforma e não para o desemprego».
O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, decidiu prolongar até Outubro o prazo dado à Empordef para apresentar uma solução de viabilização da empresa, actualmente com um passivo de 240 milhões de euros, face ao interesse de vários parceiros.
Em Junho, a anterior administração dos ENVC tentou avançar com o despedimento de 380 dos 720 trabalhadores, mas a reestruturação foi entretanto suspensa.
«Ainda estão todos os receios em cima da mesa, mas abrem-se perspectivas, já que há armadores interessados em construir e reparar navios na empresa e isso é trabalho que nós pedimos e precisamos», admitiu António Barbosa.