Trabalhadores dos Impostos retomam protestos face a risco de "colapso" da Autoridade Tributária
Sindicato alerta que saída de muitos trabalhadores para a aposentação pode motivar o encerramento de serviços.
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Prossegue esta segunda-feira o protesto nacional convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) contra a "desvalorização profissional e o colapso da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)".
Esta segunda-feira estão previstas ações em frente aos serviços de Finanças de Alcobaça, Guimarães e Amadora sob o mote "sem trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira não há Estado Social".
Em declarações à TSF, a presidente do sindicato, Ana Gamboa, diz que o protesto serve para contestar o que considera ser uma desvalorização profissional e o colapso da Autoridade Tributária e Aduaneira por falta de pessoal.
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"Um iminente colapso da AT prende-se essencialmente com a falta de trabalhadores nos serviços da Autoridade Tributária e Aduaneira, que é motivada pela saída de muitos trabalhadores para a aposentação nos últimos anos e que não são repostos", aponta.
A líder do sindicato dos trabalhadores dos impostos lembra que o regime de carreira está por regulamentar há três anos e que o setor tem uma das médias de idades mais elevadas da administração pública - "cerca de 30% dos trabalhadores atualmente estão acima já dos 62 anos e que vão sair nos próximos três ou quatro anos".
"Não são abertos concursos externos para reforçar os quadros e o último concurso que abriu há um ano foi apenas para 180 pessoas que ainda nem sequer começaram o período experimental", lamenta Ana Gamboa.
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A presidente do STI acrescenta ainda que o objetivo da luta não passa por complicar a vida à população, e por isso mesmo a greve é parcial e não total.
"Os nossos objetivos não são o encerramento do dos serviços, não pretendemos uma adesão massiva à greve porque não nos parece que faça sentido criar mais constrangimentos aos cidadãos do que aqueles que eles já sentem pela desorganização com que a AT está a funcionar por falta de pessoal, falta de uniformidade nas regras, falhas constantes nas aplicações informáticas."
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"Os cidadãos já são suficientemente prejudicados pelo funcionamento mau da AT neste momento e o objetivo deste protesto não é criar ainda mais constrangimentos", assegura Ana Gamboa.
O período da greve parcial dos trabalhadores dos impostos realiza-se nas primeiras três horas e últimas três da jornada de trabalho e será renovado por iguais períodos mensais, até ao final de 2023 ou até que o STI veja as suas reivindicações atendidas.