O Sindicato acusa Autoridade Tributária de não ter feito o teste previsto para perceber como funciona o novo sistema informático, depois da polémica lista VIP. E a regularização extraordinária de dívidas das portagens pode motivar corrida ao fisco.
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O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) teme um verão difícil, por vezes mesmo caótico em vários serviços do fisco. O presidente, Paulo Ralha, fala numa "tempestade perfeita".
As razões são duas e a primeira está relacionada com a entrada em vigor, a partir de segunda-feira, do novo sistema informático interno, com regras mais apertadas para controlar os acessos às informações de cada contribuinte.
O presidente do STI acusa o governo de não ter feito o prometido teste, previsto para a tarde desta sexta-feira, que deveria ambientar os trabalhadores da Autoridade Tributária (AT) às novas limitações e "burocracias" inerentes ao sistema criado depois da polémica lista VIP.
Também na segunda-feira arranca um regime extraordinário para pagar, com desconto, dívidas pela falta de pagamento de portagens. Os trabalhadores dizem que o momento escolhido pelos deputados não podia ser pior.
À TSF, Paulo Ralha explica que, por norma, as repartições de finanças já têm falta de pessoal para o serviço do dia-a-dia. Contudo, nesta altura, a situação agrava-se porque, diz, "naturalmente, os funcionários do fisco também têm, até por questões familiares, de tirar férias nesta altura".
Tudo conjugado, o STI teme muitas dificuldades nas repartições de finanças durante agosto e setembro. Perdas de tempo motivadas pelos novos limites do sistema informático, numa altura em que as portagens em atraso devem levar ainda mais portugueses a procurar os serviços da AT.