O Governo admite recuar na instalação do terminal de contentores na Trafaria. A infraestrutura anunciada em fevereiro pode afinal, admite o Executivo, não ser a melhor.
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O secretário de Estado dos Transportes garante que o Governo está a fazer uma reavaliação total da reorganização dos espaços portuários da região de Lisboa, entre os quais o terminal de contentores da Trafaria, em Almada.
«Estamos mais preocupados em assentar num diagnóstico comum, porque um investimento destes [terminal de contentores da Trafaria] não pode ser imposto por decreto. Não faz sentido nenhum. E se tivermos de não fazer aquele investimento não há nenhum problema», disse Sérgio Monteiro.
«Eu queria retirar a Trafaria do nosso léxico - é a mesma coisa que o TGV, porque contamina a discussão. Parece que, de repente, estamos focados no pomo da discórdia, em vez de nos focarmos no pomo de concórdia», frisou.
De acordo com o secretário de Estado dos Transportes, será o grupo de trabalho das infraestruturas portuárias - em que estão representadas a Associação Industrial Portuguesa, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e a Associação Nacional de Municípios Portugueses, entre outras entidades - a avaliar se há necessidade de um reforço de capacidade portuária e a respetiva localização, num relatório que deverá estar concluído até final do ano em curso.
A construção do terminal da Trafaria, que não reúne consenso entre autarquias, partidos, ambientalistas e moradores, foi anunciada em fevereiro pelo Governo no âmbito da reestruturação do Porto de Lisboa, que abrange também a margem sul do Tejo.
Sérgio Monteiro explicou na altura que o novo terminal obrigaria à construção de uma nova via-férrea para escoamento de mercadorias até ao Poceirão.