Transparência e isenção. Guilhermina de Freitas toma posse no Tribunal da Relação de Lisboa
Maria Guilhermina de Freitas é a nova presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, depois da renúncia de Orlando Nascimento.
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A nova presidente do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) garante que vai fazer de tudo para que a instituição volte a cultivar a confiança dos cidadãos. Maria Guilhermina de Freitas tomou posse como presidente do tribunal lisboeta esta quarta-feira.
No discurso, Maria Guilhermina de Freitas afirmou que todas as decisões tomadas pelo tribunal devem ir ao encontro da transparência e isenção, "que devem fazer parte de um Estado de direito democrático".
A intenção da juíza desembargadora é conquistar de novo a confiança dos cidadãos, garantindo que vai fazer tudo "para não desiludir" e voltar a "colocar o tribunal num lugar de prestígio".
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Maria Guilhermina de Freitas afirmou ainda que, numa altura em que é cada vez maior o conflito na sociedade moderna com uma intensa intervenção dos órgãos de comunicação social, é cada vez mais importante a existência de "um poder acima de todos os interesses".
A juíza sublinhou que o tribunal da relação encara todos os desafios com entusiasmo e promete estar totalmente disponível para exercer a nova função com a eficiência que a dinâmica social exige.
Guilhermina de Freitas deixou ainda um recado: é preciso adequar o número de funcionários que são contratados para o TRL.
Em declarações à TSF, Manuel Soares, presidente da Associação Sindical dos Juízes portugueses, considera que o discurso da nova presidente do Tribunal da Relação de Lisboa representa um virar de página.
"A nova presidente fez um discurso positivo, de levantar a moral. Toda a gente sabe que houve um problema, mas é tempo de resolver o que correu mal. Se houve alguma conduta ilícita, é preciso prevenir situações destas no futuro. A justiça naquele tribunal tem todas as condições para ser feita".
Manuel Soares lembra que o TRL passou por uma fase menos boa, mas "andar para a frente". "Houve um problema com quatro pessoas, duas foram expulsas e duas estão a ser investigadas. Os restantes juízes são pessoas integras e não se reveem no que aconteceu", afirma.
A eleição de Maria Guilhermina Freitas ocorreu depois da renúncia do seu antecessor, Orlando Nascimento, que se viu envolvido em alegadas irregularidades na distribuição de processos.
Notícia atualizada às 19h24